Primeira xícara de café.
Sentado em uma velha poltrona no escuro eu permaneço com uma caneta entre meus dedos e de frente a um caderno branco que espera por minhas palavras.Pelas frestas da velha casa a luz da lua entra refletindo direto no papel branco quase como um espelho, misturando assim suas cores, não sabendo mais o que era lua e o que era papel.
Terceira xícara.
Não consigo dormir e talvez não queira, acho que já nem consigo mais...Estou sentado novamente no escuro com meus pensamentos e minhas ideias, olhando entre feixes de luz que transpassam pelas paredes. Fecho meus olhos e permaneço em silêncio em silêncio para a vida.
No papel um esboço de um texto incompleto que talvez não tenha um fim.
Quinta xícara.
À noite quando estou só no escuro outro me torno, transformo meu corpo em uma extensão de minhas palavras.Já não sei onde termina ou onde começa o que sou ou o que escrevo, já perdi os sentidos e meus olhos coçam pedindo cama, mas por minha mente escorrem palavras manchando o papel com letras e rimas.
E assim afastei-me do sonhar e transpasso ao papel meus sonhos e desejos.
Xícara vazia.
Contemplo o fundo da xícara vazia escutando os ruídos da noite.
Exausto apenas me ajeito na poltrona admirando a lua que ainda brilha como única luz no céu.
Aguardo agora pela luz do sol, pela luz do dia para que assim possa dormir.
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