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terça-feira, 3 de março de 2015

Conversa de Botequim

Descendo a ladeira até a entrada do beco, na entrada já se escuta a conversa vindo de longe chegando primeiro já tomando seus lugares em torno da mesa, cada um em seu devido lugar assim como ontem e no dia anterior e anterior ainda a este como na semana passada.
As luzes dos postes ao redor já vão acendendo, incandescente amarelo ofuscado ainda por raios de sol, mas que nada o sol já vai se despedindo sumindo assim lá no fim da rua como quem volta pra casa ou quem sai do bar, parece estar até cambaleando ladeira abaixo, cuidado seu sol, grita alguém da janela.
Na outra ponta da rua de cima já desponta uma lua, vestida de prata, discreta diva das nossas noitadas, sempre presente até o último sentado no bar.
Mesas cheias e o garçom desfila, bandeja na mão pedidos no papel o mais requisitado das noitadas.
Copos cheios com aquele dedo de espuma, conversas continuas, sinuca logo ao lado para animar, um violão e uma caixa de fósforos para Noel, Adoniran, Cartola em eterno ritmo, futebol meu time de coração goleou o seu, mortes no jornal de tão comum já nem entra na conversa, aquela pitada de discussão política, mas no fim tudo fica no muro e as ideologias esquecidas dentro do cinzeiro cheio de tocos de mais uma noitada em conversas de botequim.
Já desponta os raios de sol já é hora de um novo dia, o garçom já varrendo o chão, como quem varre os últimos sentados no bar, uma última dose, por favor, para pegar o rumo de minha casa, um até breve, de dia o bar silencia para na noitada, conversas de botequim poder se levar até um amanhecer.
Desponta no fim da rua os últimos assim levantando a mão deixando um até logo, vão descendo assim como quem bêbado vai cambaleando trocando de calçada até cada um estar em suas casas.


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