Pela janela vejo a rua
pingos de chuvas caem ao chão
sobre a escada uma pessoa morta
com uma rosa na mão
Sua cicatriz marcante
posso enxergar, mesmo distante
marcas de tombos da vida
que foi muito sofrida
Morrer de corpo
morrer de alma
morrer tão completamente
descasar um corpo, libertar a alma, é ruim?
...
Escorado em um canto escuro
deixo meu corpo se molhar
retirar o sangue de minhas mãos
dali fito de longe
olhos atentos em uma janela superior
Seus olhos atentos observo e fico distante
uma ultima olhada ao corpo ao chão
hoje já não tenho rosas em minhas mãos
retornarei pela escuridão
Mas voltarei
para encarar aqueles olhos do andar superior
não mais distante então
próximo meus olhos estarão
Como quem observa a alma
no fundo do olhar.
*Por Thamires Luana e Eduardo Lima