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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Horizonte Estelar

Pela janela cuspindo estrelas o céu chama para dentro da noite, por caminhos em que apenas a luz do luar pode iluminar.
Chão de estrelas, mesmo que pareça clichê...
Noite obscura sem ter um porquê...
Luzes de casas lá bem lá embaixo, as vezes podemos voar, deixe a brisa te levar...
Mesmo que pareça extremamente comum olhar a lua, desejar a noite, pense que não é único, nunca o único.
Quantos mais pela janela a desejar, pelas ruas a olhar, por aqueles tantos que buscam no reflexo de olhares estrelas para poder contar.
Pela imensidão da noite, pelas luzes do luar, pela brisa que sopra e contorna seu andar, por estrelas que deixou de contar e pelas estrelas que já sabe onde olhar, pelo clichê do anoitecer, sem um motivo, apenas sentido, guiados até o novo amanhecer.


domingo, 26 de outubro de 2014

Por meu Cadáver

Sempre tive um apreço muito especial pela morte algo quase que transcendental , algo que ao certo não sei.
E hoje que estou perto dela compreendo melhor, nasci para morrer, carregando em minhas costas meu próprio cadáver que mesmo gélido e em seu tom reluzente de mármore, insiste em murmurar ao meu ouvido, cospe sua poesia fúnebre e relembra a cada passo e a cada ranger de dentes meu fim...



Tolo poeta 
seu fim sou eu 
olhe pra mim 
e veja seu futuro certo 
sou você 
ou você sou eu ?

Sou mais vivo 
em muitos momentos 
mais vivo que você 
e você mais morto 
do que eu 
em momentos é 

Encare seu futuro 
veja o que és
e das palavras que escreveu 
uma delas vai ser também 
marcada em seu túmulo 
poeta também morreu 

E de tantas que escreveu 
te tornarás uma só 
será apenas a doce morte 
que sua poesia 
vai encarar...

Compreendo meu destino cadáver, mas vivo ainda sou, veja minha pele corada, meus sangue que mancha minhas veias, veja o que sou e ainda não sou você...

Olhe dentro de meus olhos 
e sinta medo de meu viver 
cadáver não sente 
não deseja 
limitado por sua cova 
permanece enterrado 
mas compreendo você 
outros tantos 
supostos vivos 
enterrados estão também 
trancados dentro de si 
seu túmulo não é de pedras 
mas sim de medos 
e destes 
meu cadáver 
tenho pena 
prefiro cadáver como tu ser 
falante é consciente 
que desta vida só 
uma vez se sente
e por hora cala-te 
e me deixe viver 
quando chegar minha hora 
quando tiver que morrer 
fecharei meu olhos 
e palavra me tornarei também. 


Torre de Babel

Construa sua torre 
torre de Babel 
feita de papel 
ao que soa tão clichê 
tão rimado 
que já nem sei o que 

Sua escada 
que te leve ao céu 
um paraíso 
apenas seu 
suas regras 
seu ego, seu Deus 

Torre que toca o céu 
mais alto 
que qualquer 
arranha céu 
Narciso te espera 
lá em cima tudo é belo 

Narciso e você 
refletidos no espelho d'água
cada qual afogado lado a lado 
em sua torre 
não será enterrado 
nem flores lhe concederam 

Placas e memórias 
não entrarão 
e lá permanecerá 
apodrecendo
para sempre 
esquecido em sua torre de Babel.



Sieg Heil Brasil

Fim das eleições, tudo termina e indiferente de quem é o escolhido a democracia é que sai ganhando...
Simples e fácil ser assim, mas não, nas eleições deste ano o que mais se viu e quem saiu ganhando foi apenas a capacidade humana de ser desprezível, um partido ataca o outro(sem defender lados por aqui) uma total demostração de baixaria que nem a TV aberta consegue fazer, escândalos e mentiras jogadas ao ar.
De um lado a bandeira vermelha do PT e a sombra de uma ditadura comunista, uma nova Cuba como alguns dizem por ai, bolsa esmola para todos e o pobre vota e mantém suas esmolas.
Do outro PSDB, o tucano de gravata importada e carro do ano, privatizações, vender o Brasil a preço de bananas, beber um bom Scotch e rir dos proletários.
Discurso de ódio, uma crucificação em massa vejo PT, PSDB e eleitores todos em uma carnificina de palavras, já podem descongelar Hitler, nossa nação está pronta para ele.
Sieg Heil Brasil!
No meio disso tudo os eleitores que em sua maior parte com seus discursos de ódio fazem uma verdadeira guerra, usam em sua maioria a sigla do partido para defender apenas seus interesses e não o da nação.
Nem todos, mas em grande parte o que se viu foi o ódio, um ódio por seus semelhantes, iguais, somos Brasil e não alguns cujo os ideais não são nossa pátria amada save salve.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Noites Quentes

Esses calores 
odores 
noites abafadas 
quase sem um fim

Noites quentes
ao qual se sente
como um pedaço de gente
indiferente

Brisa mansa
que acalma
mas logo passa
e ficamos nessa

Noites quentes
ao qual não rende
um bom sono
um doce luar

Brilha no alto
lua nua
que observa
mas nada pode fazer

Noites quentes
que brisa
quase não se sente
ao certo na lua elas foram dançar. 


 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Por Aquilo Que Não Escrevi

Rascunhos e mais rascunhos deixados trancados em uma caixa, mais precisamente uma caixa de sapato recoberta por um papel de presente reaproveitado, retirado da coleção da vó(tipico de vó, elas sempre tem alguns de seu batizado e de todos seus aniversários guardados em algum canto misterioso de sua casa) pois bem ali estão papeis dos mais vários tamanho, cores e texturas, frases de poucas linhas e textos imensos, fragmentos e momentos vividos e hoje escritos como memórias de uma biografia, não precisamente da minha vida, mas de tantos alguns conhecidos muito bem ao qual fui expectador e outros de desconhecidos que este escritor fisgou no ar seus momentos e os escreveu como uma bela inspiração ao papel.
Todos temos um ponto fraco e talvez esta caixa seja o meu, minha caixa de pandora, dali tudo pode sair de bom, mas também aqueles momentos que não devem ser retirados de palavras em papel e ali devem permanecer, todos os dias dou uma encarada na caixa azul dizendo que aquele dia terei a coragem de encarar passados, os meus e os de terceiros, mas nunca o faço, sempre esqueço ou faço esquecer para um outro dia lembrar de divagar em abrir ou não e me dedicar a escrever, continuar minhas palavras ou simplesmente esquecer.
E por tudo aquilo que não escrevei, melhor por aquilo que ainda não escrevi, pois a caixa está ficando pequena, pequena de memórias e talvez logo chegue a hora, a hora de passar ao papel e finalizar, para outras tantas memórias guardar na caixa azul para adormecer para que um dia eu possa um ponto final lhes conceder.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Um Fado, Uma Poesia e Já me Basta

Um fado 
uma poesia 
por mais um dia 

Em tom de melancolia 
esse fado 
essa poesia cantada 

E já me basta... 

 Velas dão um tom 
quase que sombrio 
completando esta melodia 

Um violão 
e o fado toma forma 
forma de poesia 

E já me basta...

Poesia forma-se em fado 
E os aplausos o ritmo
ritmo ao qual do coração 

 E esta melancolia 
esta dor do dia a dia 
salta do peito e se enclausura na canção

E já me basta
ao menos por mais um dia.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ela e seu Violão - Melodia Poética

Em um canto 
que não é canto 
ela incorpora sua canção 

Em um canto 
um encanto 
dentro de mais uma canção 

Ela toca 
e toca para si 
não pra os que estão por ali 

Ela e seu violão 
por do sol 
e um poeta que observa 

Em cada nota 
ela se revela 
e busca esconderijo 

Contradições 
em notas, melodias 
em uma mesma canção 

Dentro e fora 
esconderijo
sua salvação 

Ela toca 
não para outros 
não hoje 

Ela canta 
não para outros 
apenas encanta a si mesmo  

Entre um fim de uma canção 
e o começo de outra 
um olhar 

O que ela vê ?
quem ela gostaria de ver ?
ou de quem ela gostaria de fugir ?

Ela e seu violão 
mais uma canção 
para fugir ou se redescobrir 


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Poetas Infantis

Pois que me desculpe Quintana, Moraes, Bandeira e outros tantos poetas, os vivos e os mortos também, mas poeta mesmo são apenas as crianças.
E o que todos os poetas adultos têm em comum, ora o simples fato de um dia terem sido crianças também, uma pena que ao longo do caminho do amadurecimento muitos esquecem que foram pequenos.
Criança faz poesia mesmo antes de saber escrever, poesia pura, sincera, ingênua e feliz, pois poesia é sentida antes mesmo de ser escrita.
A doce poesia de uma criança está em um olhar atento ao nada, mas ao nada onde tudo é possível, onde dentro de seu mundo a poesia ganha vida ganha forma e ganha cores.
Criança sabe rimar com palavras que ela mesma consegue inventar, adiciona um porque e questiona o seu nascer.
Criança brinca, corre e sonha, olha ao céu e das nuvens cria animais, objetos e o que mais quiser.
Criança sabe ter amigos e não se preocupa em agradar ela fala é que se dane o que vão pensar no fim ela ainda ri como quem debocha dos adultos por nunca compreender.
Mas voltando aos poetas adultos esses tem uma ligação com sua infância é quase como o seu eu pequenino fosse o escritor e o adulto um mero espectador.
Então que me desculpem os poetas e desculpo a mim mesmo, pois poesia de verdade é ser criança.


sábado, 11 de outubro de 2014

Destruição do Tema Poético Nobre

Não me venha 
com suas frases feitas 
suas citações perfeitas 
copias das copias 
dos pensadores do passado 

Esqueça seu sangue azul 
que de azul nem a cor dos olhos 
sem essa de disse que disse 
sem dizer nada 

Esqueça estas palavras complicadas 
deixe de lado o dicionario
as enciclopédias 
essa pomposidade toda 

Aqui não entra esse palavreado 
nem seu terno caro 
sapatos de marca 
ou seu chique carro  

Traga você 
e só você 
mais nada 
aqui és poeta por que és 

Sem rimas 
ou com elas também 
seja suas palavras 
e não copias de outras 

Esqueça o medo 
ou o motivo 
não chame a atenção 
por outros sonetos 

Esqueça 
esqueça 
aqui és poeta 
musico, escritor 

Homem 
mulher 
ou seja 
o que for 

Nobreza aqui não tem não 
aqui só sinceridade 
sentida 
e escrita pelo coração.


Irrelevante

Se ao inferno ou ao paraíso retornei 
não postei 
não achei necessário informar a vocês 

Se vi o Diabo ou Deus 
nenhuma foto tirei 
não achei necessário mostrar para vocês

Se estou amando ou mentindo que amo 
não espalhei 
guardei para mim e me calei 

Se sou carente 
vou falar com o espelho 
e não formar frases clichês 

Não me importo
não faz diferença 
nem nunca fez 

Sua vida ou a minha 
no fim nem você 
nem ninguém.


Lamentações do Coveiro

Lá vai mais um 
mais um na conta do coveiro 
em seu ritual fúnebre
cava em silêncio o descanso do desconhecido 
enquanto cava espera pelas lágrimas alheias 
e pensa em seu próprio enterro 
e em quem vai cavar seu buraco 
se vai ter alguém para chorar 
se coveiro sou eu quem 
cavará por aquele que tantos enterrou?

Lá vai mais um
na conta do coveiro
em seu ritual fúnebre
um pouco de terra
um pouco de lágrimas
um pouco de lembranças
e muita saudade

Lá vai mais um
mais um
que a terra engoliu
para mais um que a profecia se cumpriu
profecia da morte
com o fim da vida

Lá vai mais um
na conta do coveiro
em seu ritual fúnebre
ele cava
e espera
espera por sua vez.









quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Minh'alma Lavada

E como a chuva que lava a rua, lavou minha alma e levou ralo abaixo minhas palavras...

a chuva a levou consigo, quem sabe queria dar uma lavada em minh'alma pra depois eu ser enxugada pela beleza, como você que olha pro céu e mal sabe o que se passa
Depois de ser lavada, alma enxugada e palavras no ralo um pouco de sol para secar, aquecer e irradiar novas palavras e novos sentimentos. Chuva passageira passa e lava depois sempre vem sol aquece e acalma

Acalma a minh'alma fazendo ressurgir a poesia, que da vida, que motiva, que instiga a ir além dos próprios limites, e não rebobinar essa fita da vida

Ressurgir a cada dia e em cada chuva lavar e se ir, sumir pelo ralo e reconstruir ao sol aquecer e como novas palavras se preencher

Ressurgir este é o ápice, somos como fênix a nossa própria maneira, humanos escritores que morres das palavras e renascem da própria palavra, que são levados com a chuva e aquecidos pelo sol que são escritores e atores, que dão vida a magia.

Coautora -   Priscilla Ibañez


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Inspirações

Em cada canto um encanto
inspirações
por outros olhos 
ou pelos seus 

Em cada esquina 
uma nova poesia 
rimas 
atiradas ao chão 

Pelas ruas 
tantas inspirações 
tantas pessoas 
olhares dentro da multidão 

Como parceiro 
um sorvete 
mas não 
um qualquer 

Sorvete de licor 
licor de café 
e caminhos pela cidade 
sem ter um fim 

Busca infinita 
por inspirações 
para que possa escrever 
para que possa sentir 

Mas de todas 
que possa encontrar 
nenhuma é tão única 
quanto o que te faça sonhar 

Das inspirações que tem 
nenhuma tão bela 
quando aquela 
dentro de você.