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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eu Lírico Observado

Não sei exatamente aonde foi parar o meu Eu Lírico, quem sabe anda perdido pelas entranhas da vida, estranhas esquinas, perdidas da vida...
Sabes dizer aonde parei? 
Em que rua cheguei? ou de onde eu parti? 

Não sei nem ouso dizer de onde vem ou em que rua chegará, sou um expectador passivo de canto e observo e admiro seu eu lírico de longe.
Escuto as batidas de sua máquina de escrever escondido dentro daquele seu velho livro exprimido em sua estante,estou morrendo assim como todos,mas em suas palavras escrevo meu epitáfio eterno. 

Espectador mais ativo que passivo, que traduz o que conduz. 
Sua passagem tem sentido, tem caminho mas não tem rumo. 
Abro o livro para entonar as partidas e encontrar as batidas daquilo que me move. 
Morro nas palavras e nas palavras encontro vida

Vejo e observo fascinado por outros olhos, esse morrer e logo após renascer, epitáfios, livros e tudo mais, são sentidos que são sentidos, escritos e não guiados, como poemas sem rimas, livres, libertos e sonhados e mesmo que Eu Lírico não esteja, desconfio que Eu Lírico seja ela, seja eu, assim formando todos nós 

Coautora -  Priscilla Ibañez


sábado, 27 de setembro de 2014

Paint it Black

Quem disse que a noitada acabou ? 
em um canto atirado 
ao som de paint it black
estou pintando 
pintando minha imaginação

Quem informou a hora de dormir ?
quem disse que precisamos dormir  
mesmo com o sol 
um sol da meia noite podemos aproveitar 
devemos aproveitar 

Mesmo com a escuridão 
encontramos a luz  
a luz em uma mesa de bar 
para pintar nossa imaginação 
pintar de preto 

Pintar de preto 
ou de qualquer cor 
que assim 
desejar.



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Poema Fujão

Em um pedaço de guardanapo 
uma inspiração do nada 
algumas palavras e ponto final 
mais um poema acabado 

Um olhar mais atento 
após minha breve euforia 
meu poema sumiu 
ou quem sabe fugiu 

Onde está ele?
que a pouco na mesa estava 
fiquei sozinho
um tanto que preocupado

Imaginei uma aventura 
de um poema fujão 
poetizando a vida 
desbravando corações

Imaginei coisas terríveis
essas aventuras de um poema fujão 
desmanchando-se pela chuva 
ou pisoteado pelo chão 

Que desfecho horrível 
ou glorioso meu poema espera 
só não desejo que poema fujão 
acabe por limpar dedos e bocas pelo salão.


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Poema Prometido

Um poema prometido 
ao qual não será cumprido 
eu sei 
eu sei 
prometi 
não nego 
 mas como hei de escrever 
sem a inspiração do momento 
da tal promessa?
diga-me 
pois não sei

Prometi eu sei 
mas foi por impulso 
por medo de perder vocês 
então por medo ofereci 
o que de melhor comigo tenho 
não são lá essas coisas 
mas uma palavrinha 
mesmo que sem rima 
vale a emoção 
para guardar em seu coração 
seu não 
seus corações 
pois são dois

Então assim duas palavras deveriam ser 
mas eu sei 
mal consigo uma escrever 
como duas vou poetizar?
não sei 
não sei 
poderia quem sabe dizer 
que de tão bela companhia 
promessas vagas eu fiz 
que de tão lindas que são 
ofuscariam meus poemas 
e poemas a elas seria um não 

Prometi algumas palavras 
prometi 
juntei alguns sentimentos e bati 
despejei com uma leve cobertura de rimas 
e criei algo a elas 
nem tão belo 
nem tão cativante 
muito menos radiante 
mas se prometi palavras 
palavras então cumpri 
com um poema meio torto 
sem sentido 
mas acreditem especial 
e feito sob medida
ao qual ponto final não existe 
no fim é o nome das prometidas 
Paula e Laura 
promessa cumprida.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pela Inspiração Que não Possuo

De tudo em uma vida uma poesia pode se retirar, olhe para seu lado e um poema ali a sua espera vai estar um olhar e sentido lírico, que as vezes pode vir acompanhando de algumas rimas, mas nem sempre.
Viver poesia antes de escrever é assim que se deve ser, manias a parte lá vou eu colocando rimas onde menos posso imaginar é essa inspiração sem controle, já não sei onde termina meu pensamento e inicia minha poesia, já não sei se controlo a caneta ou se sou um mero descuido poético.
Insatisfeito alguns ficam por minhas respostas sobre de onde retiro minha inspiração e de tão simples que quem escuta pensa que balela mais sem sentido este louco escritor diz.
Digo e afirmo inspiração não tenho não, o que tenho são olhos e outros sentidos para ver e degustar o mundo, degustar o mundo essa é boa, vou anotar e usar em outro momento.
Não precisamente sobre o amor um poeta pode escrever, sinceramente só de pensar em tais rimas "grudentas", já me da uma certa vertigem, nada contra só digo que poeta do coração eu não sou não.
E pela inspiração que não possuo eu escrevo, pois de tal inspiração todos temos, basta ver além de seu nariz e sentir os seus e os outros sentimentos e nem se preocupe com rimas pois inspirações com elas ou sem.

Pela inspiração de cada dia 
de cada dia um novo 
um velho e conhecido dia 
por uma inspiração que não possuo 
por algo que não é meu 
mas sim de todo mundo
por escrever 
e sentir cada palavras 
e morrer em cada ponto final
mas renascer em cada novo capitulo.


sábado, 20 de setembro de 2014

Dias de Lua Noites de Sol

A nessas noites que são dias 
nesses dias que se tornam noites 
aqui em um canto 
com um pé de cada sapato 
bebedeiras 
tragadas 
 mais um momento 
até o sol escurecer 
até o sol nascer
nesses dias de lua
nessas noites de sol.

Testamento Para Cada Novo Dia

Quando ela percebeu o quão próximo estava de seu fim pegou-se pensando em suas doces realizações, seus novos e velhos amáveis amigos e tudo aquilo que lhe dava prazer.
Pegou-se pensando que tudo estava bem de mais, mesmo que as pequenas virgulas do mal opusessem suas felicidades nada tirava o sorriso de sua face.
E ela estava realmente no fim, no fim daquela noite, para outra noite ter fim ao nascer do sol e assim por algum tempo mais.
E a cada novo dia um novo testamento, um testamento para cada novo dia, cada nascer do sol.

Um testamento novo a cada dia 
como o sol que se renova a cada manhã
feitos 
lembranças 
realizações 
desejos 
em suas últimas palavras 
que nunca tinham um fim.


quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Paralelamente

Em um outro lado
incerto
um outro eu
paralelo

Outra vida
outros hábitos
novos vícios
e alguns antigos

Um outro eu
que sou eu
mas sem ser eu
sendo eu

Paralelo ao que sou
ao que fui
ao que serei
ou nenhum dos três

Uma vida tão vida quanto está
paralela eu sei
em uma dessas em matemática bom devo ser
quem sabe filhos,uma esposa e um lar possa ter

Vida paralela
paralelas
tantas outras
antes e depois desta

Paralela qualquer coisa sou
pai
marido
entendedor de matemática

Paralelo só tenho duas certezas
minha morte
e que em paralelo
poeta escrevo paralelamente com todos os meus paralelos.

Guarde Essa Chuva

Guarde essa chuva 
para depois da tempestade 
deixe para depois 
quando o vento passar 
guarde essa chuva 
para quando for chorar 
derramando assim as gotas da chuva 
esquecendo das lágrimas do olhar. 

domingo, 14 de setembro de 2014

O olhar impassivo 
distante ao encarar o nada 
reflexivo 
de olhar cansado 
entre tantos outros olhares 
 o nada...

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Chá das Cinco no Hospício Central

Entre tanta loucura ou excentricidade, como alguns costumavam dizer dos pacientes do hospício central, às cinco horas da tarde de todos os dias era o momento mais lúcido entre aquelas antigas e mofadas paredes.
Todos os dias sem falta ocorria o chá das cinco, não sei como ou quando começou tal hábito, sei que era um momento aguardado por todos, até mesmo por nós, os médicos.
Esse era um momento de interação, onde não existia paciente ou doutor, todos juntos em uma grande mesa, comendo pãezinhos, geleias e afins...
Uma hora antes todos já começavam a se organizar, o grande relógio da sala badalava quatro vezes, eram quatro horas, uma hora antes do chá, esse era o sinal para começar a se arrumar!
Colocar a melhor roupa, perfume, maquiagem, lustrar os sapatos, passar um gel no cabelo ou escolher um chapéu.
Como de costume eu já esperava por perto da mesa no jardim, gostava de observar os convidados chegando, cada qual com sua loucu... melhor, cada qual com sua excentricidade única.
Como sempre, como de praxe, o mais pontual com sua antecedência era Maomé, sempre com aquele olhar enigmático, mas de sorriso alegre!
Aos poucos iam chegando os conquistadores sempre com seus assuntos de quem mais feitos têm e quem mais dominou. Em uma discussão amigável estavam Napoleão, Alexandre o Grande, Gengis Khan e Júlio Cesar, o assunto sempre era o mesmo e nunca tinha fim, só eram interrompidos quando Jesus aparecia.
Dentre tantos por ali, dois sempre eram deixados de canto: Hitler e Stalin, mas isso era só até ser servido o chá, logo todos se misturavam e logo via-se chegando ali Marilyn, como sempre bem acompanhada! Ao seu lado estavam Platão, Beethoven e Madre Teresa.
Todos já estavam em seus lugares quando o velho relógio badalou cinco vezes, mas em vez de conversas e barulhos nada se escutava.
O silêncio era total, todos apreensivos trocavam olhares horrorizados.
“Mas onde estava?” – Eles todos se perguntavam. –
Eis que lá do segundo andar uma voz grita:
“- O Jorginho do quarto doze se enforcou!
“-Quem era Jorginho do quarto doze?” todos se perguntavam...
 A voz grita novamente:
“- Ele era o Bule do chá das cinco...”
E em um suspiro quase que coletivo a resposta foi dada por Maomé:
“- O bule do chá, mas claro, como poderemos fazer o chá das cinco sem o bule? Ninguém respondeu. “- Bom, já que não temos bule para o chá, vamos hoje um velório preparar, o morto nós já temos, mas quem será o caixão?”



sábado, 6 de setembro de 2014

Frida à Revolução

Não tem como 
não sentir Frida 
respirar com Frida 
cantar 
dançar 
brindar e ficar embriagado com Frida 
somos todos uma revolução 
somos todos FRIDA !!


Chuva e Poesia

Em dias de chuva 
guardo a chuva 
em uma poesia 

Em dias cinzas 
um pouco de cor 
é só mais uma alegria 

Juntando os dois 
guardo a chuva 
em cores e poesias


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Imortalidade em um Relógio

A essa imortalidade que me persegue como um desejo sem fim, como ter tal desejo, como conviver com ele se de imortal nada tenho ?
Então me diga você que compartilha da imortalidade e quando digo você digo do tempo a esse sim és imortal, mas e se imortal vou me tornar será que um relógio vou virar ?
Limitado em algumas horas, seguindo e seguindo e seguindo um compasso que não é meu, mas que é automático e programado ?
Então me responda imortalidade, responda...
A esse enigma que faz TIC TAC TIC TAC e que me faz lembrar de meu tempo meu próprio tempo escasso, limitado, vago...
Pois da imortalidade não compartilho, mas poderia talvez senti-la alguns anos após meu corpo físico já ter virado cinzas e já sei como, se depois de morto desejo a imortalidade então que eu vire um relógio, coloquem minhas cinzas mortais em uma ampulheta, para que eu seja o tempo, para que eu viva no tempo e do tempo eu me torne seu TIC TAC TIC TAC sem fim.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Poesia Encharcada

Os pés molhados e na cabeça uma melodia 
os pés gelados 
mas coração quente com uma nova poesia

Os pés molhados 
gelados 
não são mais sentidos 

Segue melodia 
segue poesia 
e sigo pela chuva 

Ruas alagadas 
molhando meus pés  
encharcando minha poesia 

As ruas já são lagos 
alagados 
e minha poesia quase no fim

No fim com a chuva 
como em sincronia 
ponto final na poesia 
ponto final na chuva 
agora é calmaria.