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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Me Pergunto

Todo dia ao acordar faço um belo de um exercício mental e refaço todas e quaisquer perguntas que gostam de tirar sono de humanos aleatórios.
Me pergunto onde está Deus, de certo em algum canto escuro da mente humana, em uma bela praia de água cristalina ou em um bar talvez.
Me pergunto onde esta nossa humanidade, ao certo escorrendo junto com o sangue do inocente ao fim na mesma vala de um corpo indulgente, indigente, mas sempre gente assim como você assim como eu.
Me pergunto onde foi parar minha santidade, quem sabe derreti minha auréola e barganhei por algo que nem precisava, mas era lindo e me chamava.
Me pergunto como acabar com a fome, mas nem a minha consigo saciar.
Me pergunto como conseguir a paz mundial, mas lembro de que assim corro perigo de vida.
Me pergunto se o amor verdadeiro existe, mas a mulher da vida sempre pede mais por esta resposta.
Me pergunto sobre a vida após a morte, mas quando eu de fato morrer como vou saber?
Me pergunto sobre a política e sua ética, mas está eu já até cansei.
Me pergunto sobre o que fiz ontem e o que penso hoje e olho minha agenda para amanhã.
Me pergunto quanto tempo mais ainda vou me perguntar sobre tudo isto?
Me pergunto pois quando perguntei ninguém respondeu.
Então me pergunto...

terça-feira, 30 de julho de 2013

Um Lugar Conhecido

Era um local que ele conhecia muito bem, muitos momentos de suas palavras foram retiradas daquelas prateleiras, daqueles livros.
Foi ali entre aquela velha estrutura que pela primeira vez suas palavras criaram vida.
Muito de seu tempo ele ocupou ali, muito mergulhou e o se afogou em palavras vagas, densas e intensas. Agora novamente retornava para onde iniciou tudo, onde manchou seus dedos, onde sonhava com frases de efeito, onde descobriu pesadores e revolucionários.
Onde descobriu sua primeira paixão, está amarelada e com um cheiro típico de bolor e de páginas rasuradas com palavras ofensiva, mutiladas e incompreendidas, mas sempre palavras.
Tudo aquilo tinha grande significado tinha um sentido especial, algo único.
Ao passar seus olhos por aquele lugar tão cativo, viu seu coração e olhos tremer, com o que havia em sua frente.
Eram suas palavras, seu nome, era ele, seu livro, carimbado e identificado como propriedade daquele espaço.
Agora ele também fazia parte daquilo, estava para sempre em um lugar que conhecia muito bem.

domingo, 28 de julho de 2013

Em um Pedaço de Papel

Era uma vida comum
Homens comuns
De uma cidade comum
Feita de pensamentos comuns
De pesadelos frequentes
De palavras erradas com sentido aparente
Eram escolhas de uma vida
Ou era uma morte de vidas sem escolhas ?
Na verdade é alguém inquieto e que a noite perturba, mas acalmava
Um escritor nadando em palavras soltas, vagas e mudas
Sonhando com textos
Imaginando crônicas
Poetizando sombras
Vivendo e manchando palavras
Em um pedaço de papel.

sábado, 27 de julho de 2013

Deitado em Palavras

E ele não conseguia dormir, poderia ser por estar deitado em um lugar desconfortável.
Quem sabe pelo frio insuportável.
Até mesmo uma louca vontade de ir ao banheiro.
Mas não era nada disso.
Ao certo seus pensamentos revoltos e inquietos não permitiam sossegar e fechar os olhos por mais do que uma hora.
Em sua cabeça palavras soltas, que o faziam revirar-se na cama.
A solução era simples, ao papel passar tudo aquilo, o alivio era imediato.
Ao ler aquele turbilhão de palavras que no fundo branco formavam lindas frases de efeito e de belo significado.
Mais calmo ele deitava como se um peso de palavras fosse retirado de sua mente.
Ao menos até a próxima tempestade que já se aproximava isto tudo ao fechar os olhos novamente e se recostar em sua cama, mas mantinha seu caderno de anotações e sua caneta de tinta preta ao alcance de sua mão ao alcance de suas palavras.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Noite Mal Dormida

Despertar em uma manhã mórbida, gélida e fria de corpos humanos com olhares profundo de uma noite não aproveitada.
Um gole amargo de café sem gosto, misturado a uma dose de alguma bebida barata.
Segundo após segundo de um dia de cores opacas, de olhos displicentes ao mundo, conformados e mal informados.
Minuto após minuto de memórias corroídas, desejadas e esquecidas.
Hora após hora de sentimentos diluídos em decepções esmagados por confirmações.
Deitar ao escurecer em uma satisfação de vida não vivida.
Ao deitar com ele tantos sonhos, todos ainda por esperar e os realizados já pedindo reembolso.
Sonhos de uma noite mal dormida nem compreendida ao fim sempre esquecida.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ironia em Tons de Verde

Uma vida é feita de ironia de um acaso que não existe.
São belas ironias ao menos aos meus olhos.
Aos seus olhos nunca os meus.
Ironias em um tom que lembra o verde, mas é uma cor ainda não catalogada uma ainda não analisada nem aprofundada.
São doces ironias que o tempo não ousa tocar.
Refaz-se e corrói como se nuca tivesse se dissolvido entre um passado perdido.
Ainda sim uma doce e bela ironia que poucos podem ver e compreender.
Mas sempre uma ironia.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Lembranças de Uma Cidade em Silêncio

São lugares, ruas e esquinas que conheço muito bem.
Paisagens intactas, árvores em seus respectivos lugares.
São as mesmas casas, uma pintura nova ou uma grade alta no lugar onde havia flores, mas casas com seus velhos moradores.
Atentamente refaço os caminhos que por muito tempo andei.
Algumas ruínas de lugares por onde brinquei.
Para todos os lados meus olhos procuram quem sabe uma lembrança de infância, quando ainda observava o mundo de baixo.
Quem sabe me ver correndo com minha mochila nas costas e sonhos que nunca realizei. Em cada esquina são rostos que atentamente observo quem sabe tentando reconhecer um amor do passado ou um amigo distante.
São lugares que conheço muito bem, são pedaços e lembranças de um passado intacto, escondido entre sonhos infantis de uma cidade que ainda mantêm seu silêncio sem fim.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Catedral

Suas torres ainda tocam o céu, com seus sinos que ensurdecem com suas melodias sacras.
São grandes portas abertas para quem quiser espiar.
São paredes manchadas por uma terra vermelha.
São estatuas que vigiam os que aqui em baixo tentam com seus flashes cegar os pássaros.
Grande estrutura imponente, modificada delicadamente.
São escadas que muito desci e logo após subi.
Sou eu ainda sentado ali, admirando aquilo que com o tempo esqueci.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Aos meus Ouvidos, Olhos, Corpo e Sentimentos

Aos meus ouvidos é uma poesia em melodia de voz suave
Sempre é alguma canção de muito antes de minha vida

Aos meus olhos são visões de um mundo em silêncio
Ao fim de copas verdes que tocam um céu de cinza reluzente

Ao meu corpo é uma brisa fria e úmida de um clima incerto
São correntes de vento gelado que transpassam minhas roupas

Aos meus sentimentos, aparentemente parados
Como um rio que flui delicadamente pra uma cascata
E despencar do alto de um desfiladeiro de rochas frias

De minhas palavras essas sempre tem seu destino certo
Dedos manchados de tinta
Boca com gosto amargo de café
Olhos vidrados em um papel que pouco a pouco se torna uma tempestade de palavras soltas
Com sentido nítido ou não.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Ironia e Sarcasmo Poetizado

São doces ironias
Que cortam sentimentos humanos vagarosamente

É um sarcasmo leve
Que relata futilidades de um cotidiano

Poesias expressando sentimentos
Que são meus, seus, nossos... de todos

Humanos com capacidade de Amar
Mentir
Falar
Se acomodar, aceitar e sempre se calar

São duras ironias
Atacando aspectos morais

É um sentimento que corrói
Destrói e se refaz no outro dia

Poesias delatando sentimentos
Encobrindo corpos
Maquiando sentimentos



quarta-feira, 17 de julho de 2013

Homens Sórdidos, Utopias Reais

São ainda homens sórdidos
Sempre sórdidos

São temporais de verão
Que vem e vão

São janelas laterais ou não
Mas sempre janelas

É uma voz suave que ecoa na mente
Que faz pensar
Faz sonhar

Você ainda não escutou
E ainda nem sabe reconhecer

Ele conheceu os homens
Mistérios, velórios e seus cemitérios

Eu conheço os homens e suas vidas
Mentiras e suas utopias

Ainda são janelas
Ainda são homens
Cores mórbidas ou não
Um poeta marginal
Banhado em melodia



*Para Alberto de Castro Guedes ou apenas Beto Guedes

terça-feira, 16 de julho de 2013

Olhar Displicente

Em uma noite aleatória de sua pacata vida, ao ler aquelas palavras seus olhos reluziram pela última vez. Deitou sua cabeça sobre o travesseiro, mas ao obscuro da noite, refletiu e questionou suas verdades absolutas e suas mentiras sórdidas.
O sono estava ao seu lado, mas ela se negava a aceitar, mantinha seus olhos abertos ao olhar o profundo de uma densa escuridão, ao certo mentalmente refazia sua vida, pensando em caminhos alternativos para suas escolhas, mas era tarde de mais para isso, não tinha essa capacidade de mudar seu passado, mas seu futuro isso ao menos ela poderia tentar.
Ao acordar pela manha, despretensiosa ao encarar seus olhos no espelho podia ver que estes não mais reluziam nem mais almejavam uma mudança. Algo em sua razão e uma alucinação noturna a fez escolher por aquilo que sempre foi, mas agora com convicção.
Entre um sonho belo digno de conto de fadas, castelo e um príncipe loiro, alto montado em seu cavalo branco, feliz em sua decepção de vida, maquiando sua dor e sofrimento que um dia teria que encarar, mas em um dia não naquele momento.
Do outro lado um pesadelo, cheio de verdades, estava ela contra um tribunal, sendo julgada ora essa por outras de sua mesma face, sendo questionada por suas mentiras, sendo obrigada a ser apenas ela, nada além de uma frágil mortal. A sentença era dura e sua pena cruel, condenada a ser ela apenas ela, sem uma máscara de sorriso brilhante, mas de olhar triste, sem dissimulação sem mentiras. Era ela com seus olhar reluzente e boca caída, mas que tinha capacidade de sorrir bastava querer.
Ao encarar pela última vez sua face de fronte ao olhar triste de uma máscara que estava habituada a utilizar, o reflexo era claro e nítido, mas era assustador, aquela condição de mortal frágil e complacente ao mundo não poderia pertencer a sua vida.
Ela queira uma solução rápida e indolor em longo prazo, queria ser ela, mas sem dor sem sofrimento queria encarar o mundo sem pensar em suas consequências, queria viver, mas não naquele dia, ao sair de casa sorriu na mesma medida que seu olhar perdeu o brilho.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Passado de um Futuro Presente

Dizem que em determinados momentos descobrimos o que somos e passamos a escutar o que pensamos, chegamos a isso muitas vezes no fim da vida onde não podemos mais mudar, apenas olhar pra o espelho e se lamentar.
Mas ironicamente acontece de termos em vida ainda jovem essa lucidez, ironicamente novamente nem sempre mudamos, apenas pensamos ser um momento de loucura daquilo que seria uma completa razão. Mudar ou não mudar eis a questão, somos levados por questionamentos que podem ou não ter um fim em um abismo, mergulhados em trevas ou quem sabe em uma sala com muitas luzes que cegam de um branco incoerente.
Nunca temos a certeza do amanhã, mas pensamos ter a certeza de modificar o passado, incrível capacidade humana de pensar que ainda controla seus atos passados visando um melhor futuro.
Não somos um SIM ou um NÃO somos ainda e acredito que sempre, um questionamento e uma dúvida, mas por motivos éticos pensamos ainda que somos verdades absolutas, humanos soberanos incrédulos pensantes donos do mundo donos do passado donos de seu futuro, humanos com pretensões divinas nada além disso.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Três Vidas, Uma Ironia

São passados de encontros e momentos perdidos entre frestas de um velho relógio que continuar a funcionar. Perdido entre momentos de uma vida lúcida, não mais um entardecer inebriado por alguma bebida amarga e com gosto ruim. Somos mudanças de um passado que estava perdido, mas que era lembrado.
Ironias de uma tecnologia que aproxima pessoas, mas que ainda não tinha possibilitado um reencontro, poderia dizer que aconteceu no momento certo, mas não acredito no acaso do tempo nem nessa besteira de destino. Acredito que aconteceu pelo fato de apenas lembrar e reviver mentalmente os fatos.
Momentos entre livros, lapides e sorrisos despretensiosos de três pessoas que não sabiam no que resultaria suas vidas.
Uma se isolou, por seus motivos próprios, não me interessa saber, mas estou à disposição de ouvir, sempre estive e sempre estarei. Em um momento muito antes dos três ele havia enfrentado uma tempestade do céu e uma de palavras, o motivo era simples ouvi-la apenas por ela precisar. Naquela noite voltei molhado com um casaco que não me pertencia, mas realizado, outra tempestade que seja de água ou palavras estaria disposto a enfrentar quantas vezes fosse necessário, apenas para ouvir o que ela queria falar.
Outra foi complacente transitando entre dois pontos de um lado ela do outro ele, no meio disso os olhos de vidro reluzentes e doces para ambos. Ela era o equilíbrio entre a sanidade deles. Foram com ela meus últimos momentos em minha antiga vida, antes de mudar antes de evoluir, com ela ficou meu último olhar insano e minha última dose de loucura descontrolada, deixei no reflexo de seus óculos o que eu era.
Por fim somente a minha experiência posso relatar com segurança, eu segui o que devia seguir como recebi em um pequeno pedaço de papel dentro de um livro em uma tarde, em um último encontro um último olhar insano refletido em vidro,  ali dizia que pertencia ao mundo, pois bem eu faço parte dele e hoje modifico o que me cerca de uma forma incisiva da forma que me agrada.
Ironicamente mudamos e melhoramos, acredito nisso, somos sombras do que éramos, não sei ao certo se tudo poderia ser como antes, na verdade ser melhor que antes, somos adultos responsáveis ou ao menos devemos ser.
Sumir não é mais uma opção ao menos não minha, vou ouvir e vou refletir em vidro novamente, em algum entardecer em lugares que conhecemos e aprendemos a gostar.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Uma Dose

São copos vazios e quebrados atirados pelo chão, são doses e mais doses de qualquer coisa que pode ser comprada.
Mais uma dose de uma bebida qualquer, da mais barata, daquelas que vem em garrafas de plástico. Aquelas garrafas que adolescentes de quinze anos compram na esquina.
São doses de um liquido amargo que faz crianças alucinar e pensar que podem ter um filho assim como na novela das oito.
São garrafas e garrafas jogadas em uma esquina qualquer, moradores de ruas deitados em sarjetas são jovens ricos loiros de olhos azuis com pretensões rebeldes.
São doses de uma bebida com gosto de gasolina aditivada, são vidas com gosto de mentira, são jovens, mendigos, prostitutas, padres...
São doses em uma mesa de bar em algum canto escuro da cidade.

Hora Desconhecida

Ao longo dos dias, minutos, segundo e milésimos fui perdendo minha consciência sobre o tempo.
Devaneios de um mortal em um vácuo temporal, regado por aspectos morais e valores implantados em meu inconsciente.
Ao olhar para um relógio não consigo diferenciar seus ponteiros de seus números nem ao menos chegar a um consenso comigo mesmo sobre que horas o relógio marca.
São números aleatórios e soltos em um fundo branco, são ruídos de engrenagem que funcionam sem cessar, um estalar de seus ponteiros em um tic tac sem parar.
Um relógio sem pilhas e sem compreensão que insiste em marcar uma hora que desconheço a minha própria.
Seu pêndulo em um movimento viciante me faz balançar como uma parte solta do relógio, meus olhos são levados para os lados, sem controle de meu corpo permaneço a mercê do tempo mais uma vez, ao menos ate despertar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Para Lá e Pra Cá

Alguns para lá outros pra cá.
Uns chegam outros partem.
Cruzam-se e dizem olá.
Movimentos com a cabeça seguidos de um adeus.
Estável alguns mantém um passo firme e apressado.
Desregular outros tem o andar leve e distraído com tempo para gastar.
Às vezes são grupos de três ou seis.
Outros em um canto sozinhos a esperar.
São movimentos delicados, risos e assuntos interessantes, isolados em cantos aleatórios.
São homens, mulheres, crianças e velhos para lá e pra cá com seus olhos frenéticos e andar constante.
Sem um tempo fixo para pensar.

Balões de Tinta

Em uma visão digna de um filme da década de 20, onde a vida se resumia em apenas uma cor o cinza que muitas vezes se mesclava ao branco ou preto, variava dependendo do que os olhos procuravam.
Em ruas sombrias somente buzinas e barulhos atordoantes de uma cidade viva, olhos arregalados para todas as direções em busca de algo, bocas em constante abrir e fechar, mas sem emitir sons apenas sussurros imperceptíveis.
Em uma tarde cinzenta, as nuvens pareciam dançar sobre raios coloridos que manchavam o céu. Cada nuvem tinha uma cor cintilante azul, vermelho, rosa, verde, roxo... Todas as cores possíveis e impossíveis. Lá em baixo todos olhando para cima, paralisados com que seus olhos presenciavam.
Cada vez mais o céu era pintado com as mais variadas cores, ate não suportar mais, assim todos os tons em um trovejar despencaram do céu, ao tocar o solo explodiam espirrando cores para todos os lados.
Não eram pessoas cinzas, não mais, agora eram uma mistura de muitas cores, orelhas azuis, nariz rosa, boca brilhava ao tom de um verde. Suas roupas coloridas com bolinhas roxas, amarelas, vermelhas... Variava dependendo da cor que tocava suas vestimentas.
Naquele dia todos ficaram pulando e cantando entre balões coloridos, naquele dia o cinza não existia, ao menos ate a chuva continuar.