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terça-feira, 16 de julho de 2013

Olhar Displicente

Em uma noite aleatória de sua pacata vida, ao ler aquelas palavras seus olhos reluziram pela última vez. Deitou sua cabeça sobre o travesseiro, mas ao obscuro da noite, refletiu e questionou suas verdades absolutas e suas mentiras sórdidas.
O sono estava ao seu lado, mas ela se negava a aceitar, mantinha seus olhos abertos ao olhar o profundo de uma densa escuridão, ao certo mentalmente refazia sua vida, pensando em caminhos alternativos para suas escolhas, mas era tarde de mais para isso, não tinha essa capacidade de mudar seu passado, mas seu futuro isso ao menos ela poderia tentar.
Ao acordar pela manha, despretensiosa ao encarar seus olhos no espelho podia ver que estes não mais reluziam nem mais almejavam uma mudança. Algo em sua razão e uma alucinação noturna a fez escolher por aquilo que sempre foi, mas agora com convicção.
Entre um sonho belo digno de conto de fadas, castelo e um príncipe loiro, alto montado em seu cavalo branco, feliz em sua decepção de vida, maquiando sua dor e sofrimento que um dia teria que encarar, mas em um dia não naquele momento.
Do outro lado um pesadelo, cheio de verdades, estava ela contra um tribunal, sendo julgada ora essa por outras de sua mesma face, sendo questionada por suas mentiras, sendo obrigada a ser apenas ela, nada além de uma frágil mortal. A sentença era dura e sua pena cruel, condenada a ser ela apenas ela, sem uma máscara de sorriso brilhante, mas de olhar triste, sem dissimulação sem mentiras. Era ela com seus olhar reluzente e boca caída, mas que tinha capacidade de sorrir bastava querer.
Ao encarar pela última vez sua face de fronte ao olhar triste de uma máscara que estava habituada a utilizar, o reflexo era claro e nítido, mas era assustador, aquela condição de mortal frágil e complacente ao mundo não poderia pertencer a sua vida.
Ela queira uma solução rápida e indolor em longo prazo, queria ser ela, mas sem dor sem sofrimento queria encarar o mundo sem pensar em suas consequências, queria viver, mas não naquele dia, ao sair de casa sorriu na mesma medida que seu olhar perdeu o brilho.


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