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terça-feira, 12 de maio de 2015

Silêncio no Tablado

No silêncio da escuridão as luzes uma a uma começam a dar o compasso.
Passos ao longe ecoam pelo chão...

_Silêncio 
Um vulto grita...
como um fantasma, um espirito que se esconde entre as cortinas rubras, fugindo de olhares mortais.

As cordas ganham vida, iluminando o tablado escuro, cheio de novas melodias, dedos e mãos, vozes e gritos chamam a plateia. 
Palmas para aqueles que na cortina ainda estão.
As palmas e melodias são o chamado, para o começo do espetáculo. 
Um a um a encher o pequeno espaço, dentro daquele velho tablado.

Luzes acesas por completo e o que se revela para os que ali estão sentados, não são espíritos, almas penadas ou pobres diabos atormentados, são homens, mulheres e crianças ligados pelo ritmo, pelo ritmo daquele velho tablado. 

Cada canto é preenchido, não apenas por mesas, mas completado por melodias, pela dança e pelos corpos que juntos se encontram naquele velho tablado.

Mesmo aqueles sentados, tão comportados, não conseguem se manter calados, imóveis. Um balançar de pernas, estalos com os dedos, palmas para todos os lados e ainda aqueles que são levantados, abandonando suas cadeiras vazias, dançando com o vento, abraçados pelas melodias.  

-Silêncio 
Alguém grita...

Retornando assim para escuridão do fundo do tablado, silêncio, as melodias, as palmas são guardadas, para outra noite, para que outros renasçam dentro daquele velho tablado. 


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