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terça-feira, 7 de julho de 2015

Olhares, Vinagre e Rosas

Mais um par de olhos negros misteriosos pela rua, para quem eles são direcionados?
Estes olhos são de amores ou puramente vingança?
Lágrimas de sal ou de vinagre?
Nas rosas colocadas delicadamente sobre o túmulo, vinagre não água, cinza pedra fria assim como quem dentro do caixão está, e este par de olhos claros são de sentimentos ou de rancores?
Do outro lado da rua alguém espera o ônibus, uma carona ou uma nova ilusão, um novo drama, aquele par de olhos sem cores buscam uma chance de viver ou um corte mais profundo na veia?
Na maternidade um casal busca os olhos do primogênito, dois pares de olhos que se transformam em um, mas naqueles olhares as dúvidas, crises de valores, um olho fita o filho o outro busca a saída.
Dentro do mesmo hospital, no andar de cima alguém morre, assim que deve ser, lágrimas escorem de pares de olhos aleatórios, em algum lugar da cidade alguém já prepara as flores de plásticos e um terno de segunda mão, sem esquecer do caixão parcelado em vinte e quatro vezes.
Enquanto aquela criança experimenta o seio de sua mãe pela primeira vez e sua mãe chora, até quando serão lágrimas de amor e compaixão, quando se tornaram lágrimas de vinagre e de separação?
Outros cantos, outros olhares, lágrimas de amores, de dores, encontro, separação, outros olhos escondidos em jornais ou em óculos escuros, pares de olhos pela rua, quais são lágrimas de sal ou lágrimas de vinagre!


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