"...seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?..."
Cercados por paredes frias, junto daqueles de olhares gananciosos, dos narizes brancos de olhos vermelhos, trêmulos e nervosos, e agora José?
"você marcha, José!
José, para onde?"
"...não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou..."
Em um canto algumas crianças brincam, ao menos por uma hora, seu tempo de sol, não se preocupe José apenas a morte é o final, um dia desses é sol, céu azul e liberdade e as pequenas mãos não vão mais tremer com o cano frio, já não serão pequenas mãos, nem sonhos ou ilusões, é nessa hora José que a festa acaba que a luz vai estar apagada, minutos antes do estampido, sem discurso José você morre, vira estatística de mais um dos filhos de nossa pátria, agora qualificados por nossas leis.
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