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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Orquestra dos Martelos

Encravados na terra como veias de metal, exposta ao olhar atento dos transeuntes daquela rua.
Era a construção de Chico? Não era.
Era outra menos melódica e sem poesias, mas uma construção com seus sons peculiares.
Sons que formavam uma orquestra, mas não uma de sopro, mas uma orquestra de martelos.
Tac Tec Tec Tac, serra aqui, bati ali, corta lá e tira aqui.
Prega o prego na madeira, joga o cimento na parede, raspa a sobra do cimento e mistura com o suor.
Rec Rec o serrote a cortar ou outra coisa com dentes elétricos a serrar.
Metal contorcido em uma estrutura sólida.
Paredes levantadas do nada e ao nada do céu alcançadas.
O sol queima, escaldando as costas de quem lá está, mas o trabalho não para ele sempre deve continuar. Onde algo foi derrubado, destruído e estilhaçado algo novo se levanta ocupando aquele espaço.
Até que um dia também desocupado, destruído e estilhaçado, Tec Tac Rec Rec na orquestra dos martelos seja renovado.

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