-A Morte espreita, grande general! Ela sabe de sua fama e a inveja, deseja ser lembrada por seu feitos ser glorificada, receber seus júbilos, ouros e placas douradas...
-Não termine tuas palavras escravo, se não a única espreita de Morte será sobre teu cadáver. Não a temo, ela que deveria temer a mim. Compreendo perfeitamente tal preocupação, seu desejo de glória, mas assim como os corvos e abutres vem se alimentar dos cadáver esquecidos, ela a Morte só tem espaço quando os Deuses e Generais assim como eu, já tiverem recolhido seus espólios, a ela apenas um corpo, mais um cadáver para sua lista.
-Quanta arrogância meu senhor, não te esqueças que é apenas mortal, enquanto ela, bom ela é imortal..
-O que tal imortalidade lhe vale, ela não passa de uma carniceira, a peste, a dor o fim de tudo, seus feitos mesmo que durem para sempre não valem uma alma as profundezas do Hades.
-Mas meu senhor, deveria ter cuidado com tuas palavras...
-Você que deveria ter cuidado, manter tua língua dentro da boca, eu avisei ó criatura, tu não me escutaste, agora perda está língua insolente que tens na boca. Quero a língua deste aqui em um bandeja de prata e que sirva para outros que aqui estão, que nem a Morte pode tocar em meus feitos e que assim seja, assim será.
Bem no fundo do salão, alguém levanta uma taça e grita homenagens ao general.
-Um brinde aos seus feitos General e que não temas a Morte, pois a Morte não teme você, quem é o mais insolente aqui seu escravo ou você?
-Quem ousa ir contra minha palavra, quero este insolente aqui, servira de lição a outros como este. Onde está? Para onde foi o covarde, que venha me enfrentar, dizer em minha face o que devo temer, onde está?
Em um piscar de olhos, tal pessoa estava ao lado do General e retornou a falar:
-Aqui estou tolo mortal, não proferia palavras contra mim? Cá estou eu a Morte, aquela que tu não temes, mas treme ao ouvir meu nome e o som de minha voz ao seu ouvido.
-Mas...
como é possível?
-Fique em silêncio mortal, tenha o respeito, se eu sou uma carniceira, o que sobras para ti, o grande General de feitos gloriosos, o que te sobras é apenas memórias, mas no fim eu terei tudo que é seu e seu cadáver apodrecera junto a mim. E quando estiver quase no fim de sua existência, brindarei ao seu corpo podre.
O General já não tinha reação, o que tanto falava agora calava-se, perdeu a língua, perdeu sua coragem.
-Silêncio? Onde está sua petulância agora mortal? Seu dia não era hoje, mas agora te digo para que apenas você possa ouvir, pois apenas a você interessa digo então ao pé de teu ouvido.
Como uma sombra que rasteja, ela estava ao lado do General, com a boca ao eu ouvido.
-Memento Mori General, lembre-se que você é mortal, lembre-se que a morte chega a todos e a todos eu posso tocar.
A Morte sumiu como um vulto ao vento, o General ficou alguns segundo olhando ao nada, seus olhos pararam de vez, seu corpo desabou e sua alma foi carregada para as profundezas do outro mundo.
Seguindo ainda pelos caminhos do outro lado a Morte ainda cantarolava algo:
...Todos estes ai
espertos mortais
cuidado com o que dizem
cuidado
pois a morte tudo escuta
e a todos ela pode ouvir
tolo mortal
antes de desafiar a morte
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