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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Parabéns Pra Você, Blá Blá Blá

-Não é qualquer dia que se faz aniversário não é...
Palavras e um tapinha no ombro.

Pensei em silêncio e respondi em silêncio também.
-Não, claro que não, até onde eu saiba apenas uma vez no ano ou agora estamos na moda de comemorar desaniversário?
Ainda não era o momento de responder a tal pergunta com um doce ironia matinal, então apenas sorri e balancei a cabeça, já estava fazendo muito isso naquele dia.

Fui ao banheiro buscar um pouco de paz, longe dos sorrisos maliciosos acompanhando de um:
-Está ficando mais velho em e essas rugas, um passo mais próximo da sepultura.
Que sempre vinha com aquele maldito tapinha no ombro.

Lavei as mãos, o rosto e observei o espelho, aquela imagem de um ser mais velho...
Será?
Obvio que estava mais velho, cada dia que se passava eu ficava mais velho, caminhava para a morte, que assim seja, estou mais velho que no segundo anterior e no seguinte estarei mais que agora, que doido pensei comigo.

Observei ao espelho, minhas expressões, abria bem os olhos, a boca, repuxava as bochechas e o pescoço, as orelhas também foram analisadas, rugas, poucas, nada de mais, muitas ainda estavam por vir.
O cabelo estava ali, bom ainda, mas por precaução um belo chapéu poderia ficar guardado no armário.
Barriga, essa nunca tive e esperava não ter, apesar dos pesares ainda estava em bom estado.
Um último suspiro, uma piscadinha ao espelho que foi retribuída instantaneamente, secar as mãos e encarar mais falsos sorrisos, palavras vagas, repetidas, aquele clichê todo, blá blá blá, cartilha do bom aniversário, no fim das contas é só mais um dia, são apenas algumas palavras que amanhã não vão fazer sentido algum, ao menos não para mim.



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