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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Café Avenida

Em noites quentes, mas não quente de calor escaldante e ar abafado, mas aquele quente convidativo, agradável de céu estrelado, limpo e de luar radiante, uma noite que ficar trancado dentro de casa chega ser um pecado e onde aquele trecho de Lenine diz tudo “...a lua me chama tenho que ir pra rua...” e assim vou. Andando, aleatoriamente, sem rumo sem direção em certos momentos inclusive de olhos fechados, vou sendo guiado pela noite e não por minha vontade, andei sobre o luar iluminando meus passos e sendo levado pela brisa noturna de uma noite incomum. Andei por andar sem saber aonde chegar e nem pensando em algum lugar estar, apenas andei, o ar fresco e o luar radiante ficaram por segundo plano, a noite estava com um cheiro distinto, mas um cheiro bom, um cheiro que conheço muito bem, sinto ao longe um vapor de café passado, a vontade de caminhar retorna ao meu controle e sigo o aroma que me prendeu.
Alguns metros a frente um café, Café Avenida diz em sua faixada, dois andares de uma casa histórica, dois andares convidativos, mesas na rua, dentro também que me chamam para sentar, atravesso a rua sem pressa sei que meu café por mim espera, o café não está lotado, mas não digo vazio também, está na medida.
Escolho um canto qualquer, prefiro os cantos assim posso melhor observar os que chegam e os que vão e os outros tantos que ali já estão, com um gesto delicado sinalizo ao garçom, sem falar apenas gesticular, no Café Avenida os garçons sempre sabem basta olhar e um leve sinal fazer.
Em poucos instantes meu café já está a minha frente, fumegante xícara branca sem detalhes, sem desenhos apenas uma xícara simples, branca, manchada por outros cafés.
Dentro do Café Avenida a hora não existe e o que de hora conheço é um relógio quebrado marcando sempre 20 horas, o tempo parou para um café eterno, dentro do Café Avenida é sempre noite e as cores são todas em tons de cinza é um ponto perdido na noite, mas somente em noites agradáveis como esta, quente, mas nem tanto, de ar fresco e convidativo, noite que ficar dentro de casa é um pecado, mas Café Avenida sempre aberto está em noites assim, para chegar basta andar, mas sem desejar, seguir por caminhos que o luar vai iluminar e que a brisa da noite vai lhe carregar e quando sentir o cheiro do café passado, basta entrar e em uma mesa sentar, pois no Café Avenida sempre tem lugar.

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