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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Andarilho de Destino

Alguns passos para mais ou para menos já tanto faz, vou seguindo por esta estrada, chão batido, terra rasa, rasa como minha fome, que assoviando qualquer canção, algo que ouvi no rádio ou uma daqueles musiquinhas de produtos que a televisão me oferece com tanta gratidão ou algo assim.
Nesse céu imenso azul, azul tão lindo que não se pode comparar, vou andando sem saber onde chegar, saber na verdade até sei, mas o que lá vou encontrar?
Pés calejados, gostaria de parar, calejados não só os pés, as mãos, os pensamentos, o corpo todo, ora até mesmo meu coração, gostaria de parar.
Uma das mãos acima dos olhos, protege o olhar do sol, vejo o horizonte, meu destino sei que está lá, quase posso vê-lo ou assim podia, juro que a pouco tempo ali ele estava, quando encaro meu destino ele foge para um bocado mais longe, mas que danado um dia eu o alcanço e quando conseguir nunca mais vou largar.
Mas chega de papo, vamos voltar a caminhar.
Há tanto que ando, muitos e muitos dias que me foge meu destino, outro dia quase que o pego, estava como daqui ali de minhas mãos, ora danado em um pulo foi-se para longe e me ferveu o sangue.
Tantos lugares, minhas pegadas estão por ai, minha trilha é grande, tantas oportunidades passei, encarei outras opções, mas estou focado é aquele destino que desejo e assim apenas ando e como ando.
Ou ele ou eu, um dia um vai ter que cansar e esse não serei eu.
Lá vejo ele recostado em uma grande pedra, nunca o vi tão parado, será que está cansado?
Minha chance é agora que meu destino não me escapa, em um último folego, uma última corrida o agarro, meu destino em tantos anos em minhas mãos se encontra e daqui nunca mais o largo.
Sorri em anos e como sorri, largamente, incessantemente sem parar, mas meu destino nada fazia, me olhava como se nada sentia, olhei atentamente para o lado e o que grande pedra pensava ver era uma lápide, esfreguei meus olhos pois não acreditava, ali em letras douradas meu nome dizia e algumas palavras vazias só o que me restavam, pelas minhas mãos o destino escorregou e lá de longe me acenava, eu de joelhos apenas implorava, uma chance uma oportunidade que fosse, mas não tinha jeito não, dali já não saia e antes de meus olhos para sempre fechar li em voz alta o que minha lápide dizia.

Apenas andei 
nada vi 
nada sonhei 
e todos os desejos que guardei 
tão fundo em meu peito 
hoje em meu túmulo 
para sempre os sepultei.


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