Nesse céu imenso azul, azul tão lindo que não se pode comparar, vou andando sem saber onde chegar, saber na verdade até sei, mas o que lá vou encontrar?
Pés calejados, gostaria de parar, calejados não só os pés, as mãos, os pensamentos, o corpo todo, ora até mesmo meu coração, gostaria de parar.
Uma das mãos acima dos olhos, protege o olhar do sol, vejo o horizonte, meu destino sei que está lá, quase posso vê-lo ou assim podia, juro que a pouco tempo ali ele estava, quando encaro meu destino ele foge para um bocado mais longe, mas que danado um dia eu o alcanço e quando conseguir nunca mais vou largar.
Mas chega de papo, vamos voltar a caminhar.
Há tanto que ando, muitos e muitos dias que me foge meu destino, outro dia quase que o pego, estava como daqui ali de minhas mãos, ora danado em um pulo foi-se para longe e me ferveu o sangue.
Tantos lugares, minhas pegadas estão por ai, minha trilha é grande, tantas oportunidades passei, encarei outras opções, mas estou focado é aquele destino que desejo e assim apenas ando e como ando.
Ou ele ou eu, um dia um vai ter que cansar e esse não serei eu.
Lá vejo ele recostado em uma grande pedra, nunca o vi tão parado, será que está cansado?
Minha chance é agora que meu destino não me escapa, em um último folego, uma última corrida o agarro, meu destino em tantos anos em minhas mãos se encontra e daqui nunca mais o largo.
Sorri em anos e como sorri, largamente, incessantemente sem parar, mas meu destino nada fazia, me olhava como se nada sentia, olhei atentamente para o lado e o que grande pedra pensava ver era uma lápide, esfreguei meus olhos pois não acreditava, ali em letras douradas meu nome dizia e algumas palavras vazias só o que me restavam, pelas minhas mãos o destino escorregou e lá de longe me acenava, eu de joelhos apenas implorava, uma chance uma oportunidade que fosse, mas não tinha jeito não, dali já não saia e antes de meus olhos para sempre fechar li em voz alta o que minha lápide dizia.
Apenas andei
nada vi
nada sonhei
e todos os desejos que guardei
tão fundo em meu peito
hoje em meu túmulo
para sempre os sepultei.
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