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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ela

Ele mantem uma distância física, mas seus olhos permanecem perto talvez ela mesma já tenha notado sua presença por ali.
Ela permanece com os olhos fixados em um de seus maiores refúgios, um pequeno livro, em seu olhar todas as palavras, cada vírgula e pontos construíam um novo mundo, um de verdade que acaba por ser agregado em sua realidade.
Seu corpo parado, mas sua mente distante em uma realidade paralela, em mais de uma na verdade, ela nunca se limitou a uma única coisa.
São folhas e folhas que ela passa com sutileza por seus dedos brancos e macios, ele se pergunta qual a cor de seu esmalte?
Ao fim chega seu maior refúgio, uma construção sua, mas de carne, pele e osso, um príncipe encantado em seu cavalo branco, que ao estender sua mão ate ela possibilita com que possa espiar um mundo diferente do que foi construindo, longe das muralhas de desejos de terceiros.
Ela pouco a pouco vai se entregando a sua alucinação, mantendo seu medo de que um dia possa evaporar de suas mãos e novamente seu corpo ser envolvido apenas por ar, este ar mastigado e cuspido em seus pulmões, retornando ao fundo do castelo de muros altos.
Naquela noite ele apenas a observa, mas de uma forma diferente, pois uma inspiração nunca morre e ele prometeu eternizar suas alucinações e loucuras em papel e tinta, ela estando consciente disso ou não, para ele não fazia diferença.

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