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domingo, 22 de dezembro de 2013

No Escuro e Vendo

E naquele momento que o sono me rondava eu a vi ela delicadamente fechar os olhos, o sorriso se fechou ao menos por algumas horas e aquele doce olhar para mim não era direcionado, mas sabia que no outro lado lá no limite entre o despertar e o dormir eram os meus que ela encarava.
O meu sono se afastou de mim, pois eu mandei para ela e eu ficaria desperto guardando seu sono, ficaria ali com os olhos vidrados escutando sua respiração que  pouco a pouco diminuía ficando quase ao ponto de nada ser escutado, mas nem os sons da noite poderiam afastar aquela respiração de meus ouvidos treinados para atentamente escutar aquele ruído.
Segundos, minutos, horas, dias talvez fiquei ali apenas observando, entre um olhar e outro um toque de leve a tela buscando suas bochechas, cabelos e lábios, mas não era possível e eu sabia, mas mesmo assim o fazia.
Profundamente ela dormia e mesmo assim eu ali permanecia, apenas vendo e observando, lutando contra meu cansaço e meu sono que por ali retornava, não queria dormir ao menos não longe dela.
Deitei-me e recostei em uma melhor posição para ela poder admirar, por ali ficava e poderia passar uma vida apenas a velar aquele sono tão doce, ora tudo aquilo era doce eu pensava.
E eu ficaria uma vida ou quantas outras fossem necessárias e eu ficarei uma noite e quantas forem necessárias apenas vendo, no escuro e vendo e tendo a noite e a vida toda para de ver dormir.

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