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sexta-feira, 21 de março de 2014

A Mão Direita de Deus – Expiação Part II

Estava escuro e Clara a cada três passos que dava um se debatia em algo que não podia identificar, um banco, pedaços de paredes, madeira, árvores, qualquer coisa...
Ela conseguiu sair por uma das aberturas da ruína, não conseguia ver onde estava o carro e nem adiantaria, pois as chaves estavam no bolso de Luis, a escolhe que tinha era arriscar a vida entre a luz do luar e correr aleatoriamente e com um pouco de sorte encontrar ajuda.
Ela corria desesperadamente e gritava por ajuda, mas o único som que escutava como resposta era de animais noturnos.
Corria e olhava para trás, via a ruína afastando-se, mas nada do misterioso homem o desespero crescia em seu coração que acelerava quase ao ponto de saltar para fora de sua boca, pensava em coisas terríveis, o que poderia ele estar fazendo com seu amado? Imaginava ele amarrado a uma cadeira ao lado daquele outro homem, quem sabe nem tenha sobrevivido a pancada em sua cabeça e estaria atirado ao chão ainda, frio, morto sem vida e o homem parado ao seu lado admirando sua pressa, por um lado ela esperava isso, podia amar Luis, mas amava a si mesmo antes de tudo e se pudesse ganhar algum tempo enquanto aquele maníaco admirava o cadáver de seu namorado ela aceitaria.
Clara estava cansada, seu corpo inteiro latejava, não aguentava mais e parou para descansar um pouco ao lado de uma grande árvore, ali ela esperava recuperar um pouco de folego para novamente correr pela noite em busca de sua salvação, mas não tinha tanto tempo assim como imaginava, pois pensava que tinha conseguido uma boa vantagem ao homem, mas logo percebeu que estava errada, ao longe ela via ele, vindo em sua direção, em sua mão direita o mesmo objeto que usou para acertar a cabeça de seu namorado, agora era sua vez de ficar inconsciente, novamente correu entrando em uma floresta de grandes árvores.
Entre as árvores não conseguia ver o homem, mas sabia que ele estava por ali, correu por mais uns dez minutos até que exausta caiu ao chão, as lágrimas já começavam a se soltar de seus olhos e o desespero aumentava, ao levantar a cabeça pode ver que estava em frente a uma pequena cabana, simples e toda de madeira, pensou que era sua salvação, fez um esforço muito grande e arrastando-se e dando alguns passos entrou na casa gritando por ajuda, mas apenas seu eco obtinha como resposta o local estava vazio, não havia nenhuma pessoa, mas a casa era habitada havia moveis, e a casa estava bem arrumada, quem sabe o dono estava fora e poderia logo voltar e assim ajudar Clara, ela estava cansada, não conseguiria mais andar, era sua única escolha se esconder e esperar por seu salvador.
Usando de apoio alguns móveis ela foi caminhado até uma escada que levava ao andar inferior da casa, com dificuldade consegui chegar até em baixo, mas estava muito escuro, foi passando a mão entre as paredes procurando por um interruptor, após tatear alguns metros de madeira consegui ligar a luz e poder ver o que ali se encontrava, seu espanto era maior ainda o que via com seus olhos somente lhe deixavam mais nervosa e tensa, muitas imagens de santos, estátuas e alguns objetos sacros que pareciam ser de ouro e prata, ela já tinha sua resposta sobre o sono da casa, queria sair daquele local, mas algo chamava sua atenção, em cima de uma pequena mesa um grande livro, todo recoberto de couro e em seu centro uma cruz em branco ela abriu e começou a folhear algumas páginas e logo percebeu que se travada de uma bíblia, mas percebeu que era muito maior que uma bíblia comum, percebeu que as últimas páginas estavam em branco e havia varias outras assim pareciam que elas haviam sido anexadas ao livro original, eram de um papel mais novo e de outra cor bem parecido com o original, mas de fácil distinção, estavam todas em branco, apenas algumas estavam com palavras, mas não era nada que lembrasse algo relacionado à igreja, leu algumas passagens e parecia muito com a forma que a bíblia era escrita, dizia na primeira folha logo após o fim de apocalipse: Livro da Expiação 1:1 – E no principio era a justiça de Deus na terra e um de seus filhos se tornou sua mão direita. 1:2 – E aquele que peca usando o nome do senhor terá sua rendição sobre os pés da santa casa do pai. 1:3 – E todos os outros pecadores deveram abdicar de seus erros para entrar ao reino do céus...
Tudo aquilo era estranho sem falar que a tinta usada não era algo comum, era um tom avermelhado e tinha um forte cheiro de sangue, mas antes que pudesse chegar a uma resposta Clara escutou passos no andar de cima da casa, em um movimento rápido, mas com todo cuidado para não fazer barulho apagou a luz e se escondeu em um dos cantos, esperando não ser descoberta, escutava atentamente os passos lá em cima ao que parecia a pessoa caminhava de um lado para o outro até que escutou os barulhos na escada e a luz foi acessa, ela estava atrás de um biombo, mas entre alguns furos no tecido pode ver o homem, pela primeira pode ver o misterioso assassino, mas não ajudava muito pois ele usava uma roupa toda preta com um capuz que cobria grande parte de sua face e fazendo uma sombra sobre seu rosto impedindo de ver ser traços, ela tremia e com a ajuda de suas mãos sobre a boca ela tentava não fazer nenhum barulho.
Em um momento de descuido ela derrubou um dos candelabros que estava ao seu lado fazendo um grande ruído o homem rapidamente virou-se para o local onde ela estava, em um ato impulsivo Clara tentou alcançar as escadas e fugir, mas esbarrou em uma grande cruz que estava ao lado do primeiro degrau fazendo assim cair sobre suas pernas a grande cruz impedindo assim sua fuga, ela ainda tentava fazer um esforço e remover o grande peso de suas pernas, mas não adiantava o objeto não se movia nem um centímetro e quanto mais tentava mais pressionava suas pernas, naquele momento ela soltou o seu grito de medo e dor que estava trancado em sua garganta, seu corpo tremia quase que compulsivamente e seus olhos já não controlavam suas lágimas.
O homem apena olhava e disse: -Não adianta tentar fugir, você pode até escapar de meus olhos e minhas mãos, mas dos olhos e do poder do pai nunca ficara livre.



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