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domingo, 16 de março de 2014

A Mão Direita de Deus - Expiação

Moacir debatia-se sobre aquela cadeira, o desespero tomava conta de seus pensamentos e ele gritava por ajuda:
-Socorro, Socorro alguém me ajude, Socorro.
Sempre calmo o homem parecia que nem sentia a dor de sua pele queimada e respondeu:
-Aqui apenas o pai pode lhe escutar, grite o quanto quiser, grite, mas sua salvação já esta aqui.
O homem parou por um instante e dirigiu-se até uma das janelas do local, retornou logo para perto de Moacir e colocou um pedaço de pano em sua boca, pegou suas vestes do chão e rapidamente apagou as velas e antes de sumir na escuridão disse:
-Fique aqui eu logo retorno, tenho outros cordeiros para juntar ao rebanho do pai.
Assim ele sumiu e Moacir ficou apenas com a luz da lua em um completo silêncio. 
Não muito longe das ruínas, um casal de jovens aproximava-se da propriedade, Luis e Clara, ambos com vinte e um ano, jovens bonitos e cheios de vida que buscavam apenas um pouco de diversão.
-Eu juro que vi uma luz vindo daquelas ruína. Disse Clara
-Que bobagem, ninguém vem aqui, deve ter sido o farol do carro que iluminou. Respondeu Luis.
Ao longe entre as sombras da noite o homem apenas observava o casal, viu os dois estacionar o carro e descer com uma lanterna nas mãos.
-Será que vamos encontrar alguns fantasmas por aqui? 
-Pare com isso Luis eu estou ficando com medo.
-Dizem que esse lugar é mal assombrado, depois que misteriosamente pegou fogo, matando todos os Franciscanos que aqui moravam, foi lacrado e nunca mais ninguém colocou os pés por aqui, dizem que as vezes pode-se escutar eles rezando por suas almas condenas a queimar eternamente...
-Eu já falei para parar com isso se não eu vou embora.
-Tudo bem tudo bem, não precisa ter medo Clara não tem nada aqui, nem fantasmas nem pessoas.
O homem ainda seguia os dois de longe, apenas observando.
Pouco a pouco os dois foram entrando dentro da ruína, era um local sombrio e Clara permanecia o tempo toda agarrada ao braço de Luis e ele apenas ria da situação, não era de sentir medo e ainda mais com uma linda garota ao seu lado isso não mudaria.
Na medida que adentravam pelo local, escutavam ruídos ao que Luis dizia ser pombas ou ratos, os barulhos ficavam mais nítidos ao se aproximar do fundo da construção, focalizavam com a luz da lanterna e o que viam eram ratos, baratas ou pombas por ali.
-Falei que não tinha nada aqui, não tem com que se preocupar.
-Tudo bem, você estava certo, mas vamos sair logo daqui.
-Espere um minuto Clara, eu escutei um barulho vindo ali logo atrás daquela cortina, quem sabe seja nosso fantasma.
-Já falei para parar com isso, deixe isso, deve ser outro animal estúpido, vamos sair daqui agora, não estou me sentindo bem.
-Depois disso vamos, prometo.
Eles se aproximavam da cortina e o barulho aumentava, era um som conhecido como de uma porta rangendo.
Luis colocou sua mão sobre a cortina e puxou logo viu um homem sentado em uma cadeira, estava com os olhos arregalados para eles e tentava dizer alguma coisa, mas aquele pano em sua boca não facilitava nada.
Ele começou a se mexer na cadeira e fazer ruídos e arregalar os olhos mais ainda, antes que Luis pudesse dizer algo foi acertado na cabeça pelo homem que escondia-se nas sombras atrás dele, Clara correu para dentro da escuridão, mas ainda conseguiu ver um homem parado ao lado do corpo de seu namorado caído inconsciente ao chão. 
Provérbios 16:6 - Com amor e fidelidade se faz expiação pelo pecado; com o temor do Senhor o homem evita o mal.

 

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