Desperto, entre a escuridão do quarto,
me apreso, meio perdido, atordoado, respiração ofegante,
compassado e a escuridão me cerca para todos os lados.
Onde estou?
Onde estou?
Por alguns segundos atordoado esqueço
estar em meu próprio quarto...
Buscando com as mãos entre a densa
escuridão qualquer coisa familiar, para uma localização mais
precisa...
Certo, alcanço a pequeno mesa ao lado,
ali uma pequena esperança ao qual conheço por abajur, minhas mãos
deslizam pela forma metálica e emborrachada do pequeno objeto, chego
a sua base, em um clik se faça a luz, penso eu.
Apenas penso, pois de luz nada foi
feito e no escuro ainda permaneço.
Droga!!!
Quase como um desabafo e
descontentamento, penso em atirar longe a luz inexistente, mas recuo,
era apenas um momento, como esperava ser apenas um momento aquela
falta de luz
Escolha não tinha, pela extensão de
meu quarto, que agora parecia mais um terrenos inabitável,
desconhecido, para o seu próprio dono e ocupante de maior tempo,
como em uma aventura solitária, coloquei os pés para fora da
segurança de minha cama, o que eu poderia encontrar por ali, nem eu
sabia, era um cômodo no escuro e tudo ali poderia existir.
Um passo de cada vez, penso eu, fácil
assim, a porta não deveria estar longe, mas para onde ficava a porta
mesmo?
Delicadamente andando, respirando
calmamente, mas de coração agitado e ritmado, minhas mãos sempre a
frente do corpo, como em uma dança cega, pela escuridão, meu
parceiro a negra visão sempre a minha frente, ao meu lado, por todos
os lados.
Para ajudar aquela odisseia, a noite
não colaborava, o céu negro nada facilitava, a noite e a lua eram
espectadoras como sádicas apreciadoras de meu tormento noturno.
Mais um passo até a maçaneta, mais um
passo até minha liberdade do cativeiro negro, mais um passo para a
luz.
Entre batidas, entre objetos que não
ousava colocar a mão tinha como outro inimigo minha tão fértil
imaginação, quem diria que de tantas brincadeiras doces que ela me inspirou era agora um carrasco impondo dura dor.
Sinto a parede em minhas mãos, fria,
reta e estável, procuro uma porta, procuro o tato amadeirado,
procuro a maçaneta...
Sinto a mistura de excitação com
desespero, sinto o fim de meu tormento, apenas quero sair de meu
cativeiro.
Minha mão encontra a maçaneta, giro
delicadamente e busco minha salvação...
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