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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tormento Noturno


Desperto, entre a escuridão do quarto, me apreso, meio perdido, atordoado, respiração ofegante, compassado e a escuridão me cerca para todos os lados.
Onde estou?
Por alguns segundos atordoado esqueço estar em meu próprio quarto...
Buscando com as mãos entre a densa escuridão qualquer coisa familiar, para uma localização mais precisa...
Certo, alcanço a pequeno mesa ao lado, ali uma pequena esperança ao qual conheço por abajur, minhas mãos deslizam pela forma metálica e emborrachada do pequeno objeto, chego a sua base, em um clik se faça a luz, penso eu.
Apenas penso, pois de luz nada foi feito e no escuro ainda permaneço.
Droga!!!
Quase como um desabafo e descontentamento, penso em atirar longe a luz inexistente, mas recuo, era apenas um momento, como esperava ser apenas um momento aquela falta de luz
Escolha não tinha, pela extensão de meu quarto, que agora parecia mais um terrenos inabitável, desconhecido, para o seu próprio dono e ocupante de maior tempo, como em uma aventura solitária, coloquei os pés para fora da segurança de minha cama, o que eu poderia encontrar por ali, nem eu sabia, era um cômodo no escuro e tudo ali poderia existir.
Um passo de cada vez, penso eu, fácil assim, a porta não deveria estar longe, mas para onde ficava a porta mesmo?
Delicadamente andando, respirando calmamente, mas de coração agitado e ritmado, minhas mãos sempre a frente do corpo, como em uma dança cega, pela escuridão, meu parceiro a negra visão sempre a minha frente, ao meu lado, por todos os lados.
Para ajudar aquela odisseia, a noite não colaborava, o céu negro nada facilitava, a noite e a lua eram espectadoras como sádicas apreciadoras de meu tormento noturno.
Mais um passo até a maçaneta, mais um passo até minha liberdade do cativeiro negro, mais um passo para a luz.
Entre batidas, entre objetos que não ousava colocar a mão tinha como outro inimigo minha tão fértil imaginação, quem diria que de tantas brincadeiras doces que ela me inspirou era agora um carrasco impondo dura dor.
Sinto a parede em minhas mãos, fria, reta e estável, procuro uma porta, procuro o tato amadeirado, procuro a maçaneta...
Sinto a mistura de excitação com desespero, sinto o fim de meu tormento, apenas quero sair de meu cativeiro.
Minha mão encontra a maçaneta, giro delicadamente e busco minha salvação...
Para meu tormento nada de luz apenas a sublime escuridão, estava talvez mais escuro que meu quarto e de pequena cela, agora encontro a imensidão das trevas em um lugar sem fim, meu quarto era meu refugio, voltava ou seguia, tanto faz pois no fim era na escuridão que eu permaneceria..

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