Powered By Blogger

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cricri Aqui Cricri Ali

O pequeno grilo insistia em permanecer no quarto, por mim não tinha problema, mas o danado do bicho não calava a boca, era um cricri aqui e um cricri ali, com todo esse cricri quem estava ficando cricri já era eu.
O quarto já era era pequeno só para mim agora ter que dividir com um grilo que gostava de bater um papo de madrugada já era de mais, ele poderia até ser o grilo feliz do Pinóquio que eu não me importaria, mas ali com certeza ele não ficaria, quem sabe um hotel para grilos ou algo assim.
Revirei o quarto de ponta cabeça até achar o danadinho, pequeno, verde e de assas curtas, em minha mão direita o chinelo pronto para dar o golpe certeiro, o golpe final eu era seu carrasco e o juiz da sentença, um golpe apenas e ele cairia ao chão mortinho sem nem saber o motivo, acabei por me tornar advogado do réu, também conseguindo assim sua absolvição de tão dura sentença.
Ele podia ter escapado da morte, mas seria exilado de meu quarto como pena, rapidinho ele tratou de sumir e começar com sua orquestra de cricri, mais uma vez revirei o quarto até achar ele, estava enfiado em baixo da cama, mas agora em minha mão não era o chinelo, mas sim um camisa velha qualquer que por ali tinha, em um golpe rápido o apanhei em minha mão e soltei pela janela dizendo:
- Vá cantar em outro quarto, bem longe de meus ouvidos.
Enfim sossego e silêncio no quarto, deitei e apaguei a luz, mas sentia falta de algo, era falta do canto do pequeno grilo, falta de meu colega de quarto, sem o seu cricri o quarto ficou tão sem graça, era um silêncio deprimente, tão escuro em um completo vazio sonoro.
Lá fora eu escutava sua cantoria feliz como sempre, peguei meu travesseiro e fui deitar lá fora junto do grilo feliz com seu cricri aqui cricri ali.


Nenhum comentário:

Postar um comentário