Powered By Blogger

sábado, 23 de novembro de 2013

Xícaras de Café

Primeira xícara de café. 
Sentado em uma velha poltrona no escuro eu permaneço com uma caneta entre meus dedos e de frente a um caderno branco que espera por minhas palavras.
Pelas frestas da velha casa a luz da lua entra refletindo direto no papel branco quase como um espelho, misturando assim suas cores, não sabendo mais o que era lua e o que era papel.
Terceira xícara. 
Não consigo dormir e talvez não queira, acho que já nem consigo mais...
Estou sentado novamente no escuro com meus pensamentos e minhas ideias, olhando entre feixes de luz que transpassam pelas paredes. Fecho meus olhos e permaneço em silêncio em silêncio para a vida.
No papel um esboço de um texto incompleto que talvez não tenha um fim.
Quinta xícara. 
À noite quando estou só no escuro outro me torno, transformo meu corpo em uma extensão de minhas palavras.
Já não sei onde termina ou onde começa o que sou ou o que escrevo, já perdi os sentidos e meus olhos coçam pedindo cama, mas por minha mente escorrem palavras manchando o papel com letras e rimas.
E assim afastei-me do sonhar e transpasso ao papel meus sonhos e desejos.
Xícara vazia.
Contemplo o fundo da xícara vazia escutando os ruídos da noite. Exausto apenas me ajeito na poltrona admirando a lua que ainda brilha como única luz no céu. Aguardo agora pela luz do sol, pela luz do dia para que assim possa dormir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário