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sábado, 31 de maio de 2014

Canções de Amor e Protesto

Ao mundo que desaba lá fora, algo que parece tão distante, algo que parece tão ficção, algo que parece com chuva...
Aqui dentro um ritmo saudosista de tempos que minha consciência não habitava esse corpo, de canções de amor a canções de protestos.
Cada momento vivido, sonhando ou desejado em letras, melodias, arranjos....
Fui até a Lapa procurando um malandro, mas perdi a viagem de malandro só outros que desconheço, "mas o malandro pra valer, não espalha, aposentou a navalha, tem mulher e filho e tal..." é o que dizem as más línguas por ai, mas já que cheguei até aqui agora vou até o fim.
Santa Tereza no coração de Belo Horizonte, cheiro de fazenda e riqueza do olhar, procurei por um clube de esquina para um bom som escutar, "vejo a lua no fim da estrada, onde eu vou chegar..." e lá no fim vejo uma travessia que fez de noite o meu viver, "solto a voz nas estradas, já não quero parar..." sou feito de brisa e o tempo não me importa, em um trem azul pego uma carona e o sol bate em minha cabeça e lembro de coisas que esqueci de dizer são "frases que o vento as vezes vem me lembrar...", chego em uma cidade bucólica, parada no tempo, perdida em canções já esquecidas e paro para descansar e "pela janela lateral do quarto de dormir, vejo uma igreja um sinal de glória..." feita de ouro, sangue e suor daqueles que no passado ajoelhados rezavam para um santo que aqui não habita mais. 
Em minha partida vejo de longe dois meninos sentados na terra, parecem olhar para mim e com seu olhar triste parecem dizer um até logo e sigo meu caminho.
Na medida que vou chegando ao meu novo destino as roupas vão mudando e o calor despertando, um sol incandescente de um amarelo sem igual, chego a Bahia de todos os santos e de todos os ritmos, procuro um som gingado com a benção dos orixás, no cais de Araujo Pinho, gosto muito raro onde os bondinhos dão uma volta ali, sigo os trilhos urbanos até o cinema transcendental, em uma praça central meninos dançam e "pinta uma estrela na lona azul do céu, pinta uma estrela lá..." e eu sigo a estrela para Salvador, o sol ainda brilha no céu, me pergunto se ele vai dormir ou se faz sempre hora extra, "tenho sede e essa sede pode matar..." e o céu escuta minhas preces e começa a escurecer pois logo vai chover, antes da chuva vou a beira-mar ver as ondas se formar, "o mar onde o céu flutua, onde morre o sol e a lua e acaba o caminho do chão..." e acabou com minha ilusão de Salvador pois a novidade não encontrei nem as canções que tanto busquei.
O que será que me faz caminhar, será que me dá um caminho a seguir e que me salta os olhos e não posso enxergar, são canções de amor e protesto que não tem medida, que é feito estar doente de uma folia, o que será...
São melodias já vencidas, esquecidas e constantemente lembradas, que estão na natureza, no dia a dia das meretrizes e no dia a dia daqueles que não querem escutar. 

"O que será, que será? 
Que vive nas ideias desses amantes 
Que cantam os poetas mais delirantes 
Que juram os profetas embriagados...."

"O que não decência nem nunca terá 
O que não tem censura nem nunca terá 
O que não faz sentido..."

E quem sabe nunca fará
....




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