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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Em Nome de Deus

Com o passar dos anos, décadas e milênios Deus foi percebendo que a imortalidade era um verdadeiro tédio, isso para não falar algo muito pior, tentara o suicido, coitado estava depressivo, sem vontade de viver, seus dias eram longos de mais, não tinha muito o que fazer, jogava uma peteca com os anjos, brincava com nuvens, olhava para a imensidão do universo, mas nada lhe ajudava. Em um determinado momento enquanto estava no banheiro teve uma brilhante ideia, bom nem tanto, pensou ele por que não criar algo parecido comigo, pensou que assim sua solidão teria um fim. Teve muito trabalho em cima desse que seria seu maior projeto, ao fim dois seres peculiares, com pele, carne e osso, estranhos mas belos, o qual lhe chamou de humanos. Agora Deus estava satisfeito com seu trabalho, era uma bela criação, neles estavam tudo de seu mestre. Com o passar dos anos seu passatempo era apenas observar os humanos, como ele admirava com um sorriso bobo a cada nova descoberta de seus pupilos. Tudo estava tão bem... Mas com o passar dos anos novamente foi tomado por um tédio, não achava mais tanto interesse em sua criação, que agora dominava todo o planeta terra, um lugarzinho um tanto que bonito, mas com o passar do tempo foi ficando sujo e cinza, mas mesmo assim muito belo, parecia ao menos. Em um dia qualquer estava de bobeira olhando para sua criação, quando ao esbarrar em uma nuvem que estava por ali, a fez despencar sobre uma pequena cidade, o desastre foi tremendo, gritos, sofrimento e dor, Deus achou diferente, sem falar que a bajulação para ele só aumentou, ora tinha diversão e reconhecimento o que era muito bom para passar o tempo. Agora Deus brincava de meter o dedo na vida dos humanos, era tão divertido, passava longos períodos cutucando eles, dando gargalhadas de suas reações. Mas novamente isso não durou muito, já não tinha mais graça se meter na vida deles, tudo estava um saco novamente, mas agora ele tinha tv por assinatura, mas mesmo assim nada lhe prendia a atenção por muito tempo e uma rede social onde sempre escrevia qualquer coisa apenas para ter uma atençãozinha que fosse coisas como #Partiu Paraiso #Beijinhos para o planeta Azul #Anjos aqui na baia, só curtição... Alguma coisa ele podia obter de sua criação, mas nada que completasse seu vazio. Entre uma troca de canal e uma curtida em qualquer besteira, Deus achou algo interessante um anuncio que dizia “SE VOCÊ TEM ALGO ÚNICO, COMPRAMOS SUA IDEIA, AVALIAÇÃO SEM COMPROMISSO, LIGUE...” parecia interessante, por que não tentar. Marcou uma reunião logo no outro dia, queria de uma vez por todas acabar com seu tédio, descobriu que ao longo da vida, o que devia fazer era simplesmente nada, sua criação já andava sozinha, ate bem de mais por sinal... Deus queria férias, queria relaxar em qualquer lugar sem se preocupar com suas responsabilidades, assim fez um contrato com os humanos, dava plenos direito a eles para usarem sua imagem como achassem necessário, sem cláusulas ou letras miúdas ao fim da página, DEUS agora era um produto de fácil comercialização, aceito por qualquer etnia por qualquer um, bastava apenas moldar as necessidades do cliente é acrescentar uma dose de crenças, tudo ficava bem fácil. Em troca Deus recebia uma porcentagem todo mês em sua conta bancária, todo dia dez estava lá uma gorda cota de orações, todas pare ele aproveitar da forma que quisesse, sem laços de moral ou ética. Deus estava em qualquer lugar atirado, sem preocupações, sem tédio ou qualquer coisa que o fizesse pensar. Já a humanidade deitava e rolava sobre os direitos do nome de Deus.

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