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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Olhares ao Acaso

Despretensiosa ela andava de cabeça baixa, em seu olhar algo incomum, podia se perceber entre suas grandes lentes um olhar que misturava raiva e dor, mas que sempre ao longe buscava algo. Seus olhos se mexiam em todas as direções, captando tudo a sua volta, analisando tudo aquilo que era de seu interesse. Mas sempre para longe, distante de qualquer coisa ou qualquer pessoa. Ele como sempre indiferente ao mundo e aos seus moradores, seus olhar de desprezo fulminava com qualquer um ao seu redor. Parecia que sua visão podia alcançar a alma humana, o mundo já não lhe tinha tantos atrativos, não mais. Em um determinado momento seus olhos se se esbararam, revelando seus interesses e suas vontades, exposto de uma forma vulnerável. Tanto um como o outro ansiavam por sua própria liberdade física e mental. Seus encontros se tornaram recorrentes, seus assuntos aprimorados e seus planos desenvolvidos, juntos tinham a nítida impressão que tudo poderia ser conquistado, o mundo era o limite, se de fato podiam por que não tentar tudo parecia tão atrativo. O tempo parecia não ousar interceder em suas conversas, talvez ele mesmo tivesse medo do que poderia acontecer. Mas tinha um único problema, certo homem de grandes proporções, trajando uma roupa toda branca, era inevitável fugir dele, sempre aparecia no mesmo momento na mesma hora, em suas mãos carregava quatro pílulas, duas azuis e duas brancas. Nada podia ser feito, vulnerável os dois permaneciam perante toda aquela massa chamada médico. Ao tomar suas pílulas cada um esquecia-se do outro, ela olhava fixamente pela janela, buscava o nada, ele do outro lado balançava incessantemente uma peça de xadrez, analisando sua forma. Distanciados por uma sala inteira, presos a uma realidade, ao menos até seus olhares se esbarrarem novamente.

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