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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Embalo Noturno

Ao longe ele escutava os sons da humanidade, naquele momento ele estava no local mais afastado daquele lugar, onde podia ouvir tudo e não ser escutado.
Permanecia em silêncio, o barulho que se manifestava não era de sua voz, mas sim do estalar da maquina de escrever.
Dividia o pequeno espaço com seus melhor amigos os livros, estes que por toda parte que seu olhar percorria se faziam presentes, talvez espiando o papel para saber o que ele pensava, pois por seus olhos isso era impossível.
Quando o som do estalar da maquina tinha um sossego, era a vez de tomar mais um gole de café, estava frio e fraco, mas não importava, mesmo assim ainda era café isso já era o suficiente.
Parava e olhava analisando os desenhos que as sombras faziam na parede, estava intrigado com aquilo que ate esqueceu de suas palavras e seu café.
Ao seu olhar pareciam dançar ao som do mundo é apenas ele presenciava o espetáculo. Por um momento pensou estar alucinando ou era apenas a falta de sono, não fazia diferença.
Levantou e tomou para si as sombras e em um doce embalo se deixou levar.
Ao fim foi colocado pela própria sombra em um canto qualquer, mas confortável estava, foi abraçado por ela, seu corpo repousava sobre a escuridão.
Dormia profundamente, mas em sua mente suas palavras ainda alvoroçadas dançavam e faziam seus movimentos, ele admirava, era o único no mundo que podia saborear aquilo e sabia que ao despertar poderia contar ao mundo ou guardar apenas para si.

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