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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Piromaníaca de Corpos

Despercebido ao andar na rua não sabia o que poderia acontecer, ele fazia aquele trajeto sempre, no mesmo horário sempre pelo mesmo caminho, nada de anormal, aquela noite estava mais fria que de costume somente isto, caminhava despercebido entre as sombras das árvores, como sempre as luzes eram fracas, o luar ainda era sua melhor opção. Seu passo era despretensioso, sua mente estava longe, já estava em sua casa a sua espera. Nada mais de luar nem passos despretensiosos, apenas seu corpo caído no chão... Não sabia ao certo quanto tempo estava inconsciente ou o que de fato tinha ocorrido apenas uma forte dor de cabeça, ao certo devido a pancada que levou, seu corpo estava dolorido, sua mente estava consigo novamente, agora pensava em muitas coisas, sua respiração ofegante, uma vontade de sair de onde estava, mas nada podia fazer, estava amarrado a algo que não sabia descrever. Sentia um frio fora do comum, pensava estar congelado, quando percebe que esta sem suas roupas, o que pensar nesse momento, nada vinha em sua cabeça, muitas coisas que não sabia identificar, muitas coisas que não tinham sentido. Barulhos são ouvidos, alguém se aproximava, ao perceber com alguma dificuldade que era uma mulher, mas não sabia ao certo de quem se tratava, tentou abrir a boca para falar, mas foi interrompido com um pano, enfiado com força sobre seus lábios, agora estava mais impotente que nunca, nu, amarrado e sem poder ao menos perguntar o motivo de tudo aquilo, talvez isso era o que que mais lhe causava espanto, pois aquilo não fazia sentido ao menos não para ele. Nada lhe era revelado, seus olhos acompanhavam a movimentação daquela mulher, andando para um lado é para o outro, talvez pensasse o que faria comigo, o que aconteceria ou como aconteceria, agora pensava que era questão de momentos para que de fato minha dor fosse sentida. Novamente ela se aproxima, agora com algo em suas mãos... Ao se aproximar pude ver que era uma foto, uma foto minha, ela sorriu como se fosse tomada por uma alegria sem fim. Pegou uma vela que estava por ali, posicionou a minha foto por cima da chama, que era fraca mais ainda sim quente. Minha foto foi queimando lentamente, como se meus pedaços fossem se desprendendo de meu corpo, parecia sentir essa dor, nesse momento meu corpo tremia, não sabia ao certo se devido ao frio ou ao medo que sentia daquela misteriosa mulher. Novamente sou forçado a dormir... Desperto com mais dor em minha cabeça, agora estou em um lugar aberto, parecia uma floresta ou algo similar. Estou amarrado a uma grande árvore, sob meus pés muitos galhos secos. Ao olhar para frente ela esta ali a me encarar, seus olhos pareciam tremer de euforia, sua boca fazia um pequeno movimento, como se sorrisse sem parar para mim. Era nítido seu prazer a me ver naquela situação, em sua mão novamente uma vela, ao se aproximar ela deixa cair sobre os galhos a vela, sempre olhando em meus olhos, o tempo todo. As chamas se propagaram rápido de mais, sentia meu corpo esquentar cada vez mais, não podia fazer nada, me debatia, mas nada tinha efeito, o calor era insuportável, gritar não era possível, nem me soltar, naquele momento enquanto ainda mantinha minha consciência entre as chamas podia ver seu rosto, que continuava a me encarar profundamente, seus lábios agora esboçavam um sorriso perturbador, que junto com meu corpo que queimava lentamente queimava minha alma.

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