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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Mão Direita de Deus - Primeira Sentença Part III

Eu ainda me debruçava sobre aquelas fotos tentando colocar um sentido em tudo aquilo, parecia que aquele crime era algo que estava acima de minha compreensão, o Agente Jaques exausto tentava dormir atirado a um dos bancos da central de policial, em sua mente com certeza passava-se os mesmos questionamentos que eu tinha na minha, um crime não era apenas um crime, mas aquele que investigávamos agora era muito além. 
Por volta de umas dez horas da manhã recebemos uma carta, não havia endereço de remetente apenas o destinatário, nem um nome especifico de quem mandará ou para quem o receberia, a carta havia sido aberta e após ler o que continha  foi entregue a minha pessoa...
-Delegado você tem que ler isso.
Peguei a carta e comecei a ler atenciosamente, sem nenhuma expectativa do que ali encontraria, ao passar meus olhos pela primeiras palavras, já sabia de quem se tratava e sobre o que ela relatava, então o assassino resolverá ajudar a policia local ou estava apenas zombando de nossa cara?
A carta não havia sido escrita por uma mão, nem uma maquina eletrônica ela era composta por recortes de passagens bíblicas, e dizia o seguinte: 
"Eu sou o pão da vida/Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último./Assim executarei juízos no Egito, e saberão que eu sou o Senhor./Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido./A justiça guarda ao que é de caminho certo, mas a impiedade transtornará o pecador./Eis que os olhos do Senhor DEUS estão contra este reino pecador, e eu o destruirei de sobre a face da terra; mas não destruirei de todo a casa de Jacó, diz o SENHOR./Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar."
O meu espanto era imenso, ao que parecia eu tinha minha resposta, as dúvidas eram mantidas, mas agora sabia os motivos, ao que parecia este louco messias estava aqui para limpar o mundo dos pecados e impor a justiça que pensava ser de Deus.
O crime começava a tomar uma forma e a forma que ele tomava era de uma cruz onde os pecadores eram pregados onde uma justiça divina era feita ou assim se pensava.
Nenhum nome, nenhuma pista apenas palavras de um louco, junto com aquela carta estavam algumas fotos, algo que me espantava ainda mais, naquelas fotos estava presente o Padre Nestor, junto dele uma criança que devia ter cerca de doze anos um pouco menos talvez, em cada foto que eu colocava meus olhos meu espanto crescia, Padre Nestor não era um homem tão santo assim, ele era um pecador assim como o assassino o denominava, um Padre que em seu tempo livre molestava crianças e logo após rezava para seu Deus pedindo absolvição, mas pecado que logo voltava a cometer.
Eu como um pai me causava grande revolta e por um momento pensava que o mundo se livrara de um doente, mas por outro lado como Delegado não poderia permitir que um homem, talvez tão pecador quando o próprio Padre, fizesse justiça por suas mãos...




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