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sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Mão Direita de Deus - Segunda Sentença

Clarice mulher como tantas outra, mãe de dois meninos e casada com o mesmo homem por dezoito anos o primeiro e único de sua vida, uma participante ativa no bairro que morava, frequentadora assídua da igreja,  todos os domingos juntamente com seu marido e filhos, uma família ao olhar de todos tão normal quanto qualquer outra. Mulher dedicada para com sua família, seu marido e filhos não tinham do que se queixar, suas vidas eram guiadas por valores de uma mulher de moral.
Todas as quintas-feiras ela saia de casa por volta das dezenove horas, tinha reunião com o grupo de mulheres onde discutiam sobre a vida do bairro e buscavam melhorias, o local de encontro era na associação dos moradores, cerca de vinte minutos de sua casa, ela entrou em seu carro um sedan prata, colocou o cinto de segurança, virou a chave da ignição e saiu da garagem.
Na escuridão na rua um carro parado sobre a sombra de um grande carvalho, um furgão preto que não fora notado por Clarice, distraída estava com a cabeça longe, pensava em seu destino que nem notou que o carro sairá das sombras e a seguira.
Dentro do carro estava um homem com seus quarenta e poucos anos, robusto e forte, cabelo curto, ao que lembrava um corte militar, sua barba bem aparada demonstrava cuidados com sua face, de feições forte, olhar fixo de olhos parados, mas atentos ao mundo a sua volta, boca de traço grosso e de nariz avantajado, não diria que era alto, mas passava de um metro e oitenta, trajava um roupa preta algo que lembrava uma túnica com um capuz que caia sobre seus olhos, cobrindo assim sua face com uma sombra misteriosa.  
Em suas mãos um pequeno terço que ele passava entre os dedos, feito de madeira e com uma pequena cruz delicadamente entalhada na madeira escura.
Clarice passou pela frente da associação de moradores, mas não parou seguiu em frente, parou duas quadras do local onde deveria estar, era uma casa simples, branca com uma pequena cerca viva em seu entorno, a porta da garagem estava aberta  como se esperasse por ela e por ali que ela entrou ao estacionar o carro a porta logo se fechou.
Na rua em frente a casa o furgão que seguia a mulher parou também, não se percebia movimentos dentro do carro, mas podia se ver um vulto negro parado olhando para dentro da casa.
Clarice logo ao descer do carro já foi agarrada pelos braços de um homem, este homem era Rodolfo, amigo e colega de trabalho de seu marido e amante de Clarice. Seu caso já durava cerca de um ano e sempre em algum dia da semana eles encontravam-se e entregavam-se ao prazer proibido, ninguém desconfiava dos dois, mas ao que parecia alguém havia descoberto aquele pecado de luxúria.
O homem de túnica preta desceu do carro, andou até os fundos da casa onde com facilidade abriu a porta, os dois no quarto de cima, entre gemidos de prazer não escutaram o invasor que a passos lentos caminhava pela casa.
O homem carregava em sua mão direita uma bíblia pequena com letras douradas, e em sua mão esquerda 
um calibre vinte dois de tambor giratório com seis balas ainda não utilizadas, ele sentou em uma grande poltrona que ficava em frente a escada, lá em cima os dois ainda misturavam suas respiração e seus corpos, o homem não importava-se com isso, abriu sua bíblia e começou a ler, ali sentado com a ajuda da luz que entrava pela janela que vinha do poste da rua.
Cerca de meia hora depois Rodolfo desceu pela escada, foi em direção a cozinha, não reparou no vulto do homem sentado em sua sala, ao retornar não percebeu que o homem já o aguardava ao lado da escada, escondido entre uma porta ele acertou em cheio a cabeça de Rodolfo, que caiu inconsciente ao chão.
No quarto Clarice escutou um barulho ao qual pensava ser algo que caíra ao chão, ela não deu importância ao ocorrido, contudo passado alguns minutos e a demora de seu amante colocou um roupão e desceu a procura do homem.
Logo viu Rodolfo deitado no sofá, ao chegar mais perto viu que o sangue brotava de sua cabeça vertendo por um corte, ao tentar soltar um grito foi abafada pela mão do assassino que escondido na sombra a aguardava.

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