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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Mão Direita de Deus - Terceira Sentença

Lentamente Moacir começa a despertar de seu sono, sentia seu corpo dormente e ao tentar mover-se percebia que não conseguia, ainda de olhos fechados tentava fazer algum movimento, mas tudo sem sucesso, pouco a pouco seus olhos foram se adaptando a luz do ambiente, seu olhar era direcionado para cima, ali ele não percebia nenhum teto via apenas a lua que brilhava na escuridão da noite, ele estava confuso, sentia uma forte dor em sua cabeça e totalmente atordoado.
Com um grande esforço abaixou sua cabeça, conseguia ver seu corpo sentado em uma cadeira, seus braços e pernas amarrados o que explicava a falta de movimento.
Abriu bem os olhos direcionando para frente onde podia ver uma fagulha de luz que vinha de uma vela, logo ao lado tinha uma silhueta de um homem que estava ajoelhado ele murmurava algo que Moacir não conseguia distinguir, percebeu que a sombra do homem dirigia-se em sua direção, ele estava muito fraco, nem conseguia falar algo e pedir alguma explicação, não pode ver o rosto do homem, ele ficou ali fitando Moacir entre a sombra do luar, logo após perdeu novamente a consciência e fechou os olhos com uma pancada em sua nuca.  
Era um dia comum para Moacir, trabalho casa, casa trabalho, ele era dono de uma pequena loja de ferragens, homem casado, pai de três lindas filhas, Rose com quinze anos era a mais velha e trabalhava com seu pai ajudando na loja, entre outros afazeres que não tinham nenhuma relação com venda de ferramentas.
Moacir gostava de oferecer sua jovem filha a outros, não importava quem ou como, apenas importava-se com dinheiro, aproveitava o tempo que a filha estava na loja e oferecia um pequeno quarto que tinha nos fundos do estabelecimento, apenas uma cama e um banheiro nada mais, mas para viajantes necessitados era um verdadeiro motel cinco estrelas, ninguém desconfiava dele, muito menos sua esposa, Rose sua filha era uma linda jovem de pele clara e olhos verdes cintilantes tudo isso em um contraste com seus cabelos negros, uma jovem indefessa controlada pelo homem que chamava de pai, acuada como um cão medroso ela apenas obedecia, e o fazia para proteger suas outras irmas Carla de sete anos e Mariane de dez, pois sabia que se não fosse ela seria as outras.
O tipico pai de família se pensava, o tipico homem das aparências, um pecador que devia pagar por seus crimes.
Naquela tarde um homem de passagem parou em sua loja para comprar pregos, Moacir sabia que ele não era daquela região, prestativo mostrou os tipos de pregos e marcas ao homem e ofereceu algo mais.
-Um homem como você que parece estar vindo de longe, não gostaria de descansar um pouco, posso lhe oferecer algo muito melhor que pregos.
Enquanto falava Moacir acariciava os ombros de Rose, a expressão de medo era clara no rosto da jovem, que controlava-se para não chorar, mas mesmo com seu esforço deixava escorrer algumas lágrimas.
O homem colocou o valor dos pregos em cima da balcão que estava ao seu lado, pegou sua sacola de comprar, não falou, nenhuma palavra saiu de sua boca, virou-se dirigindo a porta, mas Moacir cutucando as costas do homem pergunta:
-Então qual vai ser ? Quer ou não quer? Vai me responder algo? 
Ele virou-se para Moacir, fixou seus olhos aos dele, comprimiu levemente seu olhar como se responde-se ao homem, levantou sua mão e levou até sua garganta e mostrou sobre o casaco que usava um colarinho branco que os padres utilizam, virou-se e saindo pela porta ainda escutou Moacir gritar com sua filha:
-Sua imprestável nem um padre te quer mais, vou te dar uma lição sua vagabunda..
Após isso apenas um forte barulho de tapa e um choro abafado, e o misterioso homem sumiu na estrada...



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